18 de outubro de 2013

A ÚLTIMA NOTÍCIA





Pr. José Vidigal Queirós



Normalmente, quando chega a hora dos noticiários de TV, todos habitualmente se acomodam na sala e ouvem atentamente os repórteres anunciarem: “Bomba explode na Embaixada Americana, em Bagdá!. Revolta de presos, em São Paulo, resulta em 20 mortos e 120 feridos!. Perigoso estuprador confessa ter assassinado 16 mulheres!. Policial é preso por envolvimento em quadrilha de traficantes!. Em Brasília, um mendigo é incendiado por adolescentes, enquanto dormia numa calçada!. Maremoto devasta as Ilhas Filipinas e mata mais de 2000 pessoas!”... E, em tom macabro, prosseguem anunciando a desgraça do mundo para saciar a sede de milhões que só se interessam pela tragédia.

Esta é a saga do inferno, no mundo dos mortais. Este é o mundo no qual a morte e a destruição fazem sucesso na TV e na imprensa. Na mídia, o “gestor do mal” vai ganhando destaque, ao conquistar os índices mais elevados nas pesquisas de opinião pública, e atraindo a massa perditionis que, embora culta, imerge no oceano da ignorância espiritual, totalmente alienada do seu próprio Criador. Mas, qual haverá de ser a “Última Notícia” que o mundo ouvirá?

No contexto da pós-modernidade, que notícia importante a igreja tem a espalhar pelo mundo? Em vez de exercer o papel de “agência de comunicação”, a igreja está se tornando “o objeto da trágica notícia”. Portanto, urge questionarmos: Como os cristãos, a quem Jesus designou como “sal da terra” e “luz de um mundo” (Mt 5.13-14), podem atrair estes ouvintes das desventuras para a “Boa Nova” que nos dá esperança? Se a igreja não proclamar a “Boa Notícia” (Evangelho) para o mundo, com certeza, ela se tornará “a notícia”. A Boa Nova de Salvação (Evangelho) é a mais importante notícia que Deus tem a proclamar ao mundo os mortais.

Mas, o que é o Evangelho? O que de tão significativo ele traz no conteúdo de sua mensagem? A palavra evangelho significa literalmente Boa Nova, ou seja, o anúncio de que algo novo está acontecendo ou aconteceu para a alegria dos que ouvem. Conhecemos o valor e o significado do evangelho, pela forma como os primeiros discípulos de Jesus o anunciaram. Eles o designaram como evangelho do reino, ou evangelho de Jesus Cristo e também evangelho de Deus. “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus!” bradava João Batista aos seus contemporâneos israelitas (Mt 3.2). Posteriormente, é dito em Mt 4:23 que “percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino...”. Esta foi a Boa Nova que alegrou milhares de corações desesperados.

O momento, tão ansiosamente esperado, havia chegado; aquilo que havia sido o foco da mensagem profética estava se cumprindo: “O povo que andava em trevas viu uma grande luz; e sobre os que habitavam na terra de profunda escuridão resplandeceu a luz” (Is 9.2). Portanto, em Israel, nos dias de Jesus, a notícia mais espalhada pelo país arrastou multidões sem conta: o Salvador do Mundo havia chegado. Ele veio “Para abrir os olhos dos cegos, para tirar da prisão os presos, e do cárcere os que jazem em trevas” (Is 42.7). O tempo de espera já se havia encerrado; o reino de Deus estava sendo instaurado e todos estavam sendo chamados a ingressar nele (Mc 1.15).

Você pode imaginar o que isso significava para aquela gente que “jazia na região da sombra da morte”? (Mt 4.16) Não?! Mas eu posso. Em minha imaginação, posso ver pessoas correndo nas ruas e becos das cidades e vilas da Galileia, atropelando umas às outras, correndo céleres em direção ao local onde Jesus estava, gritando aos transeuntes: “O Messias chegou!” Os mais entusiasmados – acredito eu – vociferavam: “GALILEUS!!!... GALILEUS!!!... OUUÇAAMM-MEE! Nosso desespero chegou ao fim! Deus se lembrou de nós e nos enviou o Redentor! Cegos estão vendo, coxos e paralíticos estão andando, mudos estão falando, mortos estão sendo ressuscitados...! É o fim da maldição...! Raiou a nossa luz, como disse o profeta...!” E as lágrimas de alegria e esperança enlameavam suas faces cobertas de poeira.

Por toda a Galileia, Samaria e Judeia a cena se repetia por causa da notícia que se espalhava com a rapidez de um raio. Esta era a Boa Nova, este era o evangelho do reino, o evangelho de Jesus Cristo ou, como queiram, o evangelho de Deus, poder de Deus para salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16).

Jesus morreu pelos nossos pecados e ressuscitou dentre os mortos. A notícia da ressurreição atraiu multidões. A boa nova da ressurreição se tornou o fundamento da fé cristã e a essência do Cristianismo – “Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Rm 10.9).

Você é realmente cristão? Então, fale com entusiasmo, não do governo, de sua cidade, dos seus negócios ou do seu time de futebol; fale de Jesus, proclame o Evangelho! “Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como pois invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!” (Rm 10.13-15).

Se você não anunciar a Boa Nova, saiba que Deus levantará um substituto em seu lugar; ele proclamará e você será o ouvinte. Nunca esqueça deste detalhe: a salvação de um homem depende da voz de outro homem. O mundo precisa hoje, mais do que nunca, de proclamadores da Boa Nova para que a tragédia não se torne a última notícia. Mas há uma verdade que me alegra e me anima: ENQUANTO DEUS FOR DEUS, A TRAGÉDIA JAMAIS SERÁ A ÚLTIMA NOTÍCIA.




Um comentário:

  1. Anônimo15:36:00

    Não é sem razão este blog ser muito acessado. Texto de leitura simples e contextualizada. Uma crítica à todos quantos se deleitam na tragédia, dos outros claro, e para os que tem sua esperança desfalecer uma boa notícia: Jesus Cristo!

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