TEXTO: At
20.17-38
INTRODUÇÃO
O
apóstolo Paulo foi um homem extremamente zeloso não somente pela sua carreira,
mas também por todos os que, juntos com ele, se envolveram no ministério. O
texto bíblico que acabamos de ler é o registro do discurso de sua despedida dos
presbíteros da igreja de Éfeso. Uma vez que aquele era seu último encontro com
aqueles ministros de Deus, Paulo aproveitou a oportunidade para fazer-lhes
algumas exortações e deixar como legado seu exemplo de vida. Ao expor seu
testemunho de vida, o apóstolo Paulo ensinou aos componentes do presbitério de
Éfeso que a dignidade do ministério manifesta-se
pela exemplaridade da vida de quem o exerce.
Nesta
era pós-moderna, caracterizada pelo pluralismo ideológico, cultural e
religioso, a igreja tem sido a maior vítima do desgaste da imagem de um homem
de Deus, em consequência do profissionalismo e mercantilismo religioso que
barateiam o evangelho e aviltam o caráter divino. O contexto em que vivemos
demanda com urgência por pastores, cujo exemplo de vida faça jus à dignidade do
ministério que exerce. Como podemos identificar, nos dias atuais, um ministro
de Deus exemplar? O apóstolo Paulo nos revela que a exemplaridade de um ministro
de Deus manifesta-se de três formas:
I- Pela
relevância do seu caráter
O caráter de um ministro exemplar é
assinalado pelas seguintes virtudes:
1. O
amor profundo que ele tem por Jesus – “...
servindo ao Senhor com toda a humildade, e com lágrimas e provações” (v.
19).
2. A força exuberante de sua coragem – “constrangido no meu espírito, vou a Jerusalém, não sabendo o que ali acontecerá” (v. 22-23).
2. A força exuberante de sua coragem – “constrangido no meu espírito, vou a Jerusalém, não sabendo o que ali acontecerá” (v. 22-23).
3. A
disposição ao sacrifício da própria vida – “Mas
em nada tenho a minha vida por preciosa” (v. 24).
4. O
senso do dever a cumprir – “contanto que
cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor” (v.
24).
II- Pela
relevância do seu discurso
O discurso de um ministro exemplar é relevante pelas seguintes razões:
1. Nada
omite do que deve ser dito – “jamais
deixando de vos anunciar coisa alguma proveitosa” (v. 20).
2. Direciona
a mensagem sem discriminar os ouvintes – “tanto
a judeus como a gregos” (v. 21).
3. Focaliza
os objetivos definidos por Deus – “o
arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo” (v. 21).
4. Fundamenta-se
nos eternos desígnios de Deus – “todo o
conselho de Deus” (v. 27).
III- Pela
relevância dos seus atos
As atitudes de um ministro exemplar põem em relevo suas maiores virtudes:
1. Seu
zelo intenso pelos colegas de ministério – “Agora,
pois, encomendo-vos ao Senhor e à palavra da sua graça” (v.18).
2. A
honra de ser inocente, isento de qualquer suspeita – “De ninguém cobicei prata, nem ouro, nem vestes” (v. 33).
3. A
magnitude sublime de sua generosidade – “...
estas mãos proveram as minhas necessidades e as dos que estavam comigo” (v.34).
4. Atribuem-lhe
o mérito de servir como exemplo – “Em
tudo vos dei o exemplo..." (v. 35).
Conclusão
Amados,
permitam-me reiterar a tese deste discurso: A
dignidade do ministério manifesta-se pela exemplaridade da vida de quem o
exerce. Lamentavelmente, um número acentuado de pastores é hoje motivo de
vergonha. Em detrimento da honra, tais obreiros adotaram o padrão da
mediocridade e, por esta razão, estão destituídos do mérito do ministério
eclesiástico.
A
dignidade do episcopado está reservada a homens, cuja exemplaridade de vida é
manifesta pela relevância de seu caráter, de seu discurso e de suas obras. A
credibilidade no que dizemos depende daquilo que nós somos e fazemos. Conclamo
todos vocês a que sejamos ministros que honrem o ministério, sendo exemplares no
caráter, no discurso e nas obras, para que as próximas gerações glorifiquem a
Deus pelos ministros que tiveram.