25 de outubro de 2013

A VIDA DE JESUS - ESTUDO VI - SUA RESSURREIÇÃO E ASCENSÃO

 
Pr. José Vidigal Queirós
Introdução
          O estudo sobre a exaltação de Cristo envolve dois temas dos mais importantes da doutrina cristã: a ressurreição e a ascensão de Cristo. A ressurreição é o ápice da doutrina cristã e a razão principal da existência do Cristianismo como religião. A verdade central Cristianismo confessa que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, o qual, para salvar a humanidade e livrar a criação da maldição do pecado, se encarnou, morreu e ressuscitou dentre os mortos e foi exaltado nos céus, estando assentado à destra de Deus. Vejamos o que as Escrituras têm a dizer sobre os fatos mais significativos da obra de Cristo.


1.  A ressurreição de Jesus (1Co 15.12-19)
           Por ressurreição compreende-se o ato de ressurgir ou ressuscitar após a morte. A afirmação bíblica de que Jesus ressuscitou dentre os mortos significa exatamente que ele, corporalmente, retornou à vida depois de morto. A ressurreição é o fato do qual depende tudo que a fé cristã expressa. Sem a realidade da ressurreição, o apóstolo Paulo nos mostra várias conseqüências trágicas para nós: a) a pregação apostólica é vã (v. 14); b) a nossa fé em Cristo é inútil (v. 14); c) todos os apóstolos são falsas testemunhas (v. 15); c) todos os homens ainda permanecem em seus pecados e estão perdidos (v. 17); d) todos os que morreram crendo em Cristo pereceram (v.18); e) todos os crentes em Cristo são os mais infelizes de todos os homens (v.19). Mas, em tom de triunfo, Paulo nos alegra ao afirmar: “Mas na realidade Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem(1Co 15.20).
           A veracidade da ressurreição é comprovada pelas Escrituras da seguinte forma. Primeiro, para que houvesse ressurreição era necessária comprovação da realidade da morte e isto é evidenciado pelo fato de que o centurião e os soldados confirmaram que Jesus estava morto (Mc 15.45; Jo 19.33). Segundo, a escolta de soldados responsável pela guarda do sepulcro testemunhou da ressurreição de Jesus (Mt 28.1-11). Terceiro, Cristo apareceu aos seus discípulos e eles puderam constatar o fato ao tocá-lo e comer com ele (Lc 24.36-43). Quarto, Jesus apareceu a todos os seus discípulos no cenáculo e exigiu que Tomé o apalpasse os locais das feridas no seu corpo oriundas de sua crucificação (Jo 20.26-28).
            A ressurreição de Jesus é uma realidade na qual está alicerçada toda a nossa esperança de vida eterna da qual o próprio Jesus falou nos seus ensinos e na proclamação do evangelho do reino de Deus. Mas quais os resultados benéficos que a ressurreição de Jesus trouxe a todos nós, os que nele cremos? Podemos, dentre outros, destacar os seguintes:
a) A ressurreição de Jesus atesta sua divindade. É isto que Paulo ensina ao dizer que “Cristo foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito da santidade, pela ressurreição dos mortos” (Rm 1.4).
b) A ressurreição de Jesus assegura a aceitação de sua obra. “O qual foi entregue por causa das nossas transgressões, e ressuscitou por causa da nossa justificação” (Rm 4.25). Isto significa que, se Cristo não tivesse ressuscitado, sua morte teria sido vã e nenhum pecador seria justificado. A ressurreição é a prova de que a morte expiatória de Cristo foi aceita por Deus como resgate pago pelos pecadores. Uma vez pago o resgate, Deus ressuscitou Jesus dentre os mortos.
c) A ressurreição fez de Jesus nosso Sumo Sacerdote. Depois da ressurreição, Jesus se tornou o Intercessor, Governador e Protetor do seu Povo (1Tm 2.5, 6; Rm 8.34; Ef 1.20-22; Rm 5.9-10).
d) A ressurreição de Jesus proporcionou muitas bênçãos adicionais. Dentre estas, a salvação e a dádiva do Espírito Santo (At 5.31; 3.26; 1Pe 1.3; Jo 16.7; At 2.33). Sua ressurreição é a maior garantia de que nossos corpos ressurgirão dentre os mortos (Rm 8.11; 1Co 15.20-23).


2.       A ascensão de Jesus (At 1.9-11)
           Uma vez ressuscitado dentre os mortos, Jesus não teria mais que permanecer com os mortais da terra, mas retornar ao lugar de onde viera: o céu. As Escrituras dão testemunho do fato relatando que os discípulos de Jesus o viram ser elevado às alturas.
          Mateus e João não narram a ascensão de Jesus. Marcos a menciona em apenas um versículo (Mc 16.19). Lucas, em seu evangelho, declara: Então os levou fora, até Betânia; e levantando as mãos, os abençoou. E aconteceu que, enquanto os abençoava, apartou-se deles; e foi elevado ao céu(Lc 24.50-51).
          O mesmo autor, em seu livro de Atos dos Apóstolos, narra o fato com mais detalhes: Tendo ele dito estas coisas, foi levado para cima, enquanto eles olhavam, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. Estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles apareceram dois varões vestidos de branco, os quais lhes disseram: Varões galileus, por que ficais aí olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi elevado para o céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir(At 1.9-11).
          Ao ascender aos céus, Cristo foi exaltado como declarou Pedro, explicando o significado do evento do derramamento do Espírito Santo, no dia de Pentecostes: De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis(At 2.33).
          Vários termos são usados para descrever a exaltação de Jesus. O autor de Hebreus diz que ele foi “coroado de glória e de honra” (Hb 2.9). Referindo-se à glória da ressurreição, Paulo faz menção do “corpo de sua glória” (Fp 3.21). Cristo foi exaltado por Deus de forma soberana e recebeu um “nome que está acima de todo nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai (Fp 2.9-11).
          Mas o que aconteceu como resultado desta exaltação de Cristo? Podemos destacar alguns resultados: a) Ele se tornou um objeto de adoração para toda a humanidade (1Co 1.2); b) Ele entrou para o seu ministério sacerdotal no céu (Hb 4.14; 5.1-10; 6.20; 7.21; 8.1-6; 9.24); c) Ele concedeu dons e pessoas para o exercício de ministérios específicos (Ef 4.8-13).

Conclusão
          A história da salvação não encerra com a morte expiatória de Cristo. Os escritores do Novo Testamento apontam dois fatos de grande relevância para a fé cristã: a ressurreição, a ascensão e a exaltação de Jesus. Estes três fatos, mais do que importantes, foram indispensáveis para o cumprimento do eterno desígnio de Deus.




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