1.
Introdução
O presente estudo é um resumo esboçado do livro
intitulado TEMPERAMENTOS TRANSFORMADOS, da autoria de Tim LaHaye, publicado
pela Editora Mundo Cristão. Esta obra foi o resultado de pesquisas no assunto,
no trabalho de aconselhamento e na descoberta de uma transformação de
temperamento na vida de vários personagens bíblicos.
2.
O Significado de Temperamento
A teoria dos quatro temperamentos é um
instrumento valioso para a autocompreensão e também uma ferramenta terapêutica.
Um grande erro que se comete é quando se diz: “A razão por que eu faço isso é
que o meu gênio é esse e não consigo dominá-lo”. O temperamento pode explicar o
nosso comportamento, justificá-lo nunca!
Temperamento é a índole de uma pessoa; é o
conjunto dos traços psicofisiológicos de uma pessoa que lhe determinam as
reações emocionais, os estados de humor e o seu caráter. Nossos hábitos mais
significativos são os sinais ou traços de nosso temperamento. Virtudes e
defeitos marcam nosso temperamento. Há quatro espécies de temperamento: Sanguíneo, Colérico, Melancólico e
Fleumático. Vamos conhecer os quatro temperamentos analisando quatro
personagens muito famosos nas Escrituras: Pedro, Paulo, Moisés e Abraão.
2.1.
Temperamento Sanguíneo – Pedro
2.1.1.
Impulsivo – a pessoa de temperamento sanguíneo é movida
pelo ímpeto do momento. Vejamos alguns exemplos na vida do apóstolo Pedro:
a)
Pedro viu Jesus
andar sobre o mar e decidiu impetuosamente fazer o mesmo (Mt 14.28-29).
b)
No Getsêmane,
quando os soldados romanos puseram as mãos em Jesus para prendê-lo, Pedro puxou
a espada. O sanguíneo não reflete, age (Jo 18.10).
c)
Precipitado não só
no agir, mas também no falar. O sanguíneo, quando não sabe o que fazer, fala
(Mt 17.4).
2.1.2.
Desinibido – na hora em que está mais irritado por falta
de consideração alheia, o sanguíneo faz alguma coisa que inspira afeto. Ele faz
na hora o que lhe vem à cabeça (Lc 5.1-11).
2.1.3.
Falante – os sanguíneos têm enorme capacidade de responder com
entusiasmo às motivações do coração (Mt 16.13-20; Jo 6.69).
2.1.4.
Egoísta – uma vítima fácil para o diabo (Mt 16.21-23).
2.1.5.
Interesseiro - por natureza, o sanguíneo é muito generoso.
Serve com emoção aos necessitados. Mas, por outro lado, lamenta por si mesmo.
Ele questiona: “E o que eu ganho com isso?” Um exemplo perfeito é o de Pedro.
“Então lhe falou Pedro: Eis que nós tudo
deixamos e te seguimos; que será de nós?” (Mt 19.27).
2.1.6.
Fanfarrão – uma das falhas do sanguíneo é a sua gabolice.
Tudo que ele faz ou tem “é o melhor”. É só dar-lhe a corda e ele acaba se
enforcando com as palavras (Mt 26.31-34).
2.1.7.
Vontade Fraca – as intenções do sanguíneo, sem dúvida,
geralmente são boas, mas sua fraqueza de vontade o faz desistir facilmente ante
as circunstâncias adversas. Sob pressão, os sanguíneos preferirão mentir a ter
de enfrentar situação embaraçosa o sofrer penalidades.
2.2.
Temperamento Colérico – Paulo
2.2.1.
Ativista Prático – para o colérico, tudo é utilitário. É um
líder natural, obstinado e muito otimista. Seu cérebro está sempre fervilhando
de idéias, projetos ou objetivos e ele geralmente os realiza. Os coléricos são
bons diretores de empresas, generais, construtores, soldados voluntários,
políticos ou administradores, mas são incapazes de fazer trabalhos minuciosos e
precisos (At 20.17-35).
2.2.2.
Cruel – mostrar compaixão é uma das coisas mais difíceis de
aprender para o cristão colérico. Ele é rude, sarcástico e tem a língua ferina
(At 9.1; At 23.1-4; At 26.9-11).
2.2.3.
Força de Vontade – o colérico é determinado e sua força de
vontade faz dele uma pessoa bem-sucedida (At 20.22-24; At 21.12-14; 2Tm 4.6-8).
2.2.4.
Agressivo – a ira e a agressividade são características
do colérico. É teimoso e inflexível nas discussões e contendas (At 15.36-40).
2.2.5.
Auto-Suficiente – o colérico prefere ser independente. Paulo
recusou receber salário e preferia sustentar-se pelo exercício de uma profissão
(At 20.33-34; At 18.3).
2.2.6.
Dinâmico – o colérico tem espírito de liderança. Ele empreende e
executa por meio de uma equipe sob seu comando (At 13.13). Em circunstâncias de
crise, o colérico manifesta sua ousadia e levanta-se toma a frente para liderar
(At 27.9-26).
2.2.7.
Prático – para o colérico, as decisões da vida têm de ser tomadas
com um propósito utilitário. Suas exortações e admoestações são orientadas para
a praticidade. Os discursos do colérico são mais compridos do que o normal, mas
eles conseguem manter seus ouvintes interessados. São comunicadores compulsivos
(At 20.7-12).
2.2.8.
Controversista – qualquer pessoa com boa dose de temperamento
colérico será motivo de controvérsia. Em todo lugar onde ia, Paulo trazia
contestações (At 15.1-2; 1Co 9.1-12; 2Co 11.16-29).
2.3.
Temperamento Melancólico – Moisés
O mais rico de todos os temperamentos é o
melancólico. O melancólico, em geral, possui mente privilegiada e uma tremenda capacidade
de experimentar toda gama de emoções. Alguns dos maiores gênios do mundo foram
melancólicos superdotados que desperdiçaram o seu talento em crise de angústia
profunda.
2.3.1.
Talentoso – o melancólico é o mais talentoso de todos os
temperamentos. É perfeccionista, muito sensível, analítico, abnegado e amigo
leal. Seus dotes excepcionais refletem sua mente privilegiada e conhecedor das
ciências e das artes (At 7.22).
2.3.2.
Abnegado – um dos seus marcos característicos do melancólico está
no seu desejo de sacrificar-se a si mesmo. Tem, freqüentemente, a inclinação de
dedicar-se a causas que exigem sacrifício (Hb 11.23-27). Desgasta-se sem
reservas (Ex 18.13-22).
2.3.3.
Complexo de Inferioridade – o perfeccionismo do melancólico estabelece
padrões tão elevados que o leva a sentir-se indigno. As desculpas de Moisés a
Deus são provas deste sentimento (Ex 3.10-11; Ex 4.1-10).
a)
Não tenho talento (Ex 3.10-11);
b)
Não conheço teologia – “Que lhes direi?” (Ex 3.13);
c)
Ninguém acreditará em mim (Ex 4.1);
d)
Não posso falar em público (Ex 4.10);
e)
Não quero ir (Ex 4.13).
2.3.4.
Ira – a ira reprimida freqüentemente espreita o temperamento
melancólico. A qualquer momento uma explosão de ira pode se manifestar.
a) Moisés se indignou
contra os hebreus várias vezes (Ex 16.20; Ex 32.19).
b) A murmuração, as
queixas e as pressões do povo fizeram Moisés perder o controle o que lhe custou
uma sentença de Deus (Nm 20.2-12).
2.3.5.
Depressão – o maior problema do melancólico é a
depressão. O sentimento de autopiedade o abate e faz que ele se sinta a pessoa
mais infeliz a ponto de desejar a morte (Nm 11.10-15).
2.3.6.
Perfeccionismo – a habilidade perfeccionista é para o
melancólico sua maior dificuldade em delegar autoridade e responsabilidade. Ele
quer fazer tudo sozinho, porque não acredita que os outros farão as coisas tão
bem quanto ele, ou não fariam como ele gostaria que fossem feitas. Por isso,
ainda que se desgaste extremamente, ele mesmo assume a responsabilidade (Ex
18.13-22).
2.3.7.
Lealdade – um dos traços mais admiráveis do melancólico é a sua
lealdade e fidelidade. Embora não lhe seja fácil fazer amigos, é intensamente
leal àqueles que adquire. O cristão melancólico é devotado a Deus, tal como Moisés
foi. Sempre será zeloso e fiel.
2.4.
Temperamento Fleumático – Abraão
As pessoas de mais fácil convivência são as
fleumáticas. A calma e o senso de humor fazem do fleumático o “Sr. Simpatia”. Os fleumáticos revelam-se bons
diplomatas. Muitos são professores, médicos, cientistas, humoristas, escritores
e editores.
2.4.1.
Cauteloso – a hesitação, indecisão e o medo são naturais
nos fleumáticos. Quando Deus mandou Abrão sair da sua terra, da casa de seu pai
e da sua parentela, ele levou consigo seu sobrinho Ló, todos os seus bens e
muita gente com ele (Gn 12.1-5).
2.4.2.
Pacífico – o fleumático ama a paz. Ele é sereno e calmo; não
esquenta a cabeça. Numa confusão entre os pastores do gado de Abraão e os
pastores do gado de Ló, Abraão propôs uma solução de paz (Gn 13.7-9).
2.4.3.
Leal – de todos os temperamentos, o fleumático é o que suporta
melhor a pressão. Em tempos de crise, o fleumático mantém a calma. Quando houve
uma guerra em Canaã, Ló foi levado cativo. Abraão juntou alguns homens e saiu
para resgatá-lo e o trouxe de volta (Gn 14.11-16). Apesar da separação que
antes houve entre ambos, Abraão manteve sua lealdade a Ló. Abraão, grato a Deus
por tê-lo abençoado e preservado sua vida, foi ao sacerdote Melquisedeque e
entregou a Deus o dízimo de tudo quanto possuía (Gn 14.17-20).
2.4.4.
Passivo – por ser amante da paz e inimigo de conflito, o
fleumático torna-se passivo. Os homens fleumáticos são dominados pelas esposas.
Abraão foi o tipo de marido que satisfaz a todos os caprichos da esposa.
Impaciente pela espera demorada do cumprimento da promessa de Deus de um filho,
Sarai exigiu que Abraão engravidasse sua escrava Hagar. Abraão fez o que sua
esposa exigiu. Posteriormente, com ciúmes de Hagar, Sarai descarregou seu ódio
contra Hagar sobre Abraão. Ele não reagiu e simplesmente deixou que ela tomasse
a decisão sobre o que fazer com a sua escrava (Gn 16.1-6).
2.4.5.
Temeroso – todo fleumático tem dose generosa de medo. Abraão
cometeu dois atos censuráveis e covardes influenciado pelo medo (Gn 12.10-16;
Gn 20.1-13).
3.
Quadro do Perfil dos Temperamentos
Temperamentos
|
Qualidades
|
Defeitos
|
Sanguíneo
|
Comunicativo,
Destacado, Entusiasta, Afável, Simpático, Bom Companheiro, Compreensivo,
Crédulo
|
Pusilânime,
Volúvel, Indisciplinado, Impulsivo, Inseguro, Egocêntrico, Barulhento,
Exagerado, Medroso
|
Colérico
|
Enérgico,
Resoluto, Independente, Otimista, Prático, Eficiente, Dedicado, Líder,
Audacioso
|
Iracundo,
Sarcástico, Impaciente, Prepotente, Intolerante, Vaidoso, Auto-Suficiente,
Insensível, Astucioso
|
Melancólico
|
Habilidoso,
Minucioso, Sensível, Perfeccionista, Esteta, Idealista, Leal, Dedicado
|
Egoísta, Amuado,
Pessimista, Teórico, Confuso, Anti-Social, Crítico, Vingativo, Inflexível
|
Fleumático
|
Calmo, Tranqüilo,
Cumpridor, Eficiente, Conservador, Prático, Líder, Diplomata, Bem-Humorado
|
Calculista,
Temeroso, Indeciso, Contemplativo, Desconfiado, Pretencioso, Introvertido,
Desmotivado
|
4.
O Caminho da Transformação
O segredo do
temperamento transformado está em deixar-se encher pelo Espírito Santo e
submeter a Ele vontade pessoal. Andar no Espírito é uma tarefa que exige o
cultivo de alguns hábitos ou exercícios espirituais. Vejamos as instruções que
as Escrituras nos dão sobre isso:
4.1. Efésios 5.18-21: E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas
enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de
coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e
Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no
temor de Cristo.
4.2. Romanos 12.1-2: Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o
vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto
racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela
renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e
perfeita vontade de Deus.
4.3. Romanos 8.5: Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas
os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito.
4.4. Gálatas 5.16: Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da
carne.
Conclusão
Todos os temperamentos manifestam virtudes e
defeitos. Tais defeitos, ou fraquezas da personalidade, podem ser
transformados. Homens de Deus como Pedro, o sanguíneo; Paulo, o colérico;
Moisés, o melancólico; e Abraão, o fleumático, foram transformados por Deus. O
segredo está em andar no Espírito e obedecer a Deus, mesmo nas maiores
provações.
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