11 de outubro de 2013

LIDERANÇA CRISTÃ - ESTUDO Nº 4 - OS DESAFIOS DA LIDERANÇA


Pr. José Vidigal Queirós


1.       INTRODUÇÃO
Líder é a pessoa que compreende e empreende com responsabilidade a tarefa de bem conduzir e ser conduzido. Seu objetivo consiste em garantir o êxito do empreendimento que lidera e descobrir as alternativas mais viáveis que satisfaçam às expectativas e estimulem o otimismo.
Diante disso, o exercício da liderança torna-se um grande desafio às responsabilidades que o líder assume perante a equipe que lidera e o empreendimento que propõe realizar. No presente estudo haveremos de conhecer duas categorias de desafios para a liderança: os desafios do dever e os desafios do relacionamento.

2.       OS DESAFIOS DO DEVER

Desafio N° 1 – Cumprir as metas propostas
Empreender é planejar e executar o planejado. Um empreendimento se concretiza pelo cumprimento das metas que foram propostas. Garantir o cumprimento das metas é responsabilidade do líder, o principal responsável pelo sucesso do empreendimento.

Desafio N° 2 – Reforçar os valores que norteiam a missão
John Gardner afirma que “uma grande civilização é um drama vivido na mente de um povo. É uma visão compartilhada; são normas, expectativas e propósitos compartilhados”.[1]
Reforçar os valores que norteiam a missão significa impregnar na mente dos liderados a filosofia institucional, as diretrizes da missão, a visão do futuro, as normas de procedimento, a visão das dimensões do alcance da obra a realizar, o padrão de qualidade e o propósito a ser atingido no empreendimento como um todo. O líder precisa garantir que seus liderados tenham em mente não o porque da obra que realizam, mas também do fim que todos desejam alcançar.

Desafio N° 3 – Garantir a unidade dos liderados
Conflitos são inevitáveis, mas podem ser úteis para o amadurecimento da equipe e o aperfeiçoamento da obra realizada. Conflitos são manifestações tanto da insatisfação como de revolta. O sucesso de um empreendimento depende da unidade da equipe. Esta unidade acontece quando cada componente compreende e encarna a visão do seu líder.
Desafio N° 4 – Agir como uma equipe
Uma equipe é mais que simplesmente um grupo. Equipe é um grupo que age com consenso e uniformidade. Os seguintes requisitos são fundamentais para a formação de uma equipe: a) abnegação pessoal; b) espírito de solidariedade; c) visão compartilhada por todos; d) compromisso moral individual. De todos estes, o compromisso, mais que fundamental, é um requisito indispensável. Ele consiste numa aliança formalizada com o grupo pelo comprometimento individual diante de todos.

3.       OS DESAFIOS DO RELACIONAMENTO

3.1.    Desafio N° 1 – Exercer autoridade com dignidade e respeito
3.1.1. Conceito de Autoridade
Autoridade é o poder que cria e mantém a ordem. Autoridade é o exercício do poder de comando e controle. Não se trata aqui do uso da força para dominar, mas da capacidade de influir sobre as pessoas e situações. Mais que poder, autoridade é o direito de influir nas intenções. Tal direito tem base ética e moral.

3.1.2. Legitimação da Autoridade
A autoridade de um líder é direito concedido por deliberação expressa pela vontade livre dos liderados. Ao direito outorgado ao líder corresponde o dever  de submissão e respeito por parte dos liderados.
O exercício da autoridade é legitimado não somente pelo princípio do direito concedido por deliberação expressa dos liderados mas também pelas seguintes qualidades do líder: integridade moral, equilíbrio emocional, apoio espiritual aos liderados, ser proativo e motivador; e delegar responsabilidades e cobrar resultados.

3.2.    Desafio N° 2 – Enfrentar problemas e lidar sabiamente com a oposição

3.2.1. Opções diante dos problemas
a)  Desprezar o problematalvez o problema desapareça e nada seja dito ou feito.
b)  Atacar o problema impiedosamente esta é a opção de que o vencedor leva tudo. Sempreum vencedor e um perdedor. É tudo ou nada. O líder prevalece ou ele cai.
c)  Capitularisto significa dar-se por vencido. “Eu consinto com o pedido e atendo às exigências. Dou a eles o que eles querem”.
d)  Enfrentar enfrentar é encarar frente a frente. Existem diversas formas de enfrentar, mas duas delas são destacadas: enfrentar para formar e enfrentar de modo sumário. A primeira consiste em oferecer ao indivíduo uma avaliação de seu desempenho, permitindo assim que faça o necessário para melhorar seu trabalho. A segunda traz a idéia de resolução final: “Roberto, a partir de 1° de maio você não trabalha mais para esta organização”. “Lúcia, você não mais continuará nesta equipe. Está despedida”.

3.2.2. Estratégias do Oponente (Ne 6.1-14)
a)  Intrigas (vv. 1-4) – ações que suscitam manifestações de insatisfação nos liderados sob influência de um rival frustrado em sua tentativa de satisfazer seus interesses ou fazer prevalecer suas idéias.
b)  Insinuações (vv. 5-9) – declarações fortes que levantam suspeitas sobre as intenções e/ou o caráter do líder. Normalmente surgem em tom de acusação.
c)  Intimidação (vv. 10-14) – ocorre normalmente por meio de ameaças ou argumentos que buscam convencer do fracasso inevitável e da incompetência do líder. O objetivo principal do oponente aqui é a humilhação do líder.

3.2.3. Procedimentos
a)  No caso de intrigas, manter firmeza, hombridade e lealdade aos ideais do empreendimento, concentrando as atenções nas prioridades da missão.
b)  No caso de insinuações, o caminho é a negação aberta, expressa com todo o vigor da segurança interior esforçando-se para demonstrar a maldade das acusações e as conseqüências fatais ao empreendimento e sua missão.
c)  No caso de intimidação, a precaução é indispensável. Isto implica numa reorganização e “armamento”. É necessário manter postura firme e conduta exemplar.
d)  Em todos os casos, a oração é indispensável.

4.       CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quem lidera tem a incumbência de conduzir, de comandar. Para tanto, foi-lhe outorgada a autoridade que consiste no direito de influir sobre as situações e as intenções. O exercício da autoridade com dignidade e respeito é um grande desafio, pois todo líder enfrenta oposição. Por um lado, a oposição é benéfica, pois pode contribuir para o aperfeiçoamento do líder. Por outro lado, lidar prudente e sabiamente com ela constitui-se um grande desafio que pode ser superado com firmeza, lealdade aos ideais da missão, conduta exemplar e oração.






[1] HABECKER, Eugene B. Redescobrindo a alma da liderança, p. 22.

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