11 de junho de 2014

A GLÓRIA DE DEUS MANIFESTA EM CRISTO


 TEXTO: Jo 12.20-36

Pr. José Vidigal Queirós



INTRODUÇÃO

Corria o mês de abibe do calendário judaico, também chamado nisan, no equinócio da primavera. Era época de sol na Palestina e grandes multidões de peregrinos seguiam rumo a Jerusalém para adorar durante a festa mais popular de Israel, a Páscoa. Ela comemorava a libertação do povo hebreu do cativeiro egípcio por meio de Moisés. Jesus e numerosa multidão dirigiam-se da cidade de Betânia para Jerusalém. Naquela cidade, algo que jamais havia sido visto pelo homem aconteceu diante dos olhos de uma multidão pasmada pelo que testemunhara: a ressurreição de Lázaro, quatro dias depois de ter sido sepultado. A euforia tomara conta das multidões. Aproximava-se a última semana da vida de Jesus. Seu ministério público chegara ao final de forma triunfante. Seu último milagre teve uma repercussão fora do comum. A notícia da ressurreição de Lázaro em Betânia correu como rastilho de pólvora em Jerusalém e isto produziu uma grande correria de pessoas para ver Jesus.
Muitos judeus, que estiveram em Betânia, foram testemunhas oculares do milagre e, por isso, creram em Jesus. Outros correram a Jerusalém e "foram ter com os fariseus, e disseram-lhes o que Jesus tinha feito. Depois os principais dos sacerdotes e os fariseus, reunidos no sinédrio para conspirar contra Jesus, diziam: Que faremos? porquanto este homem faz muitos sinais. Se o deixamos assim, todos crerão nele, e virão os romanos, e tirar-nos-ão o nosso lugar e a nação" (11.46-48). A partir daí, deram ordem para que se alguém o encontrasse na festa o denunciasse para o prenderem (11.57). Os principais sacerdotes resolveram matar não somente a Jesus, mas também a Lázaro, para evitarem a propagação do milagre (11.10).
Sabendo que sua prisão havia sido decretada pelos sacerdotes, Jesus refugiou-se numa pequena cidade chamada Efraim. Depois de alguns dias, retornou a Betânia e se hospedou na casa de Lázaro. Judeus que antes haviam visto Lázaro morto e sepultado, agora, pasmados, o contemplavam ao lado de Jesus, sentado à mesa. Não havia evidência maior da natureza divina de Jesus e de sua identidade como o Filho de Deus.
Tendo chegado os dias da grande festa judaica, Jesus foi para Jerusalém com uma numerosa multidão e, num cortejo triunfal, entrou na cidade sendo aclamado como Rei de Israel. Neste momento de grande euforia, alguns gregos impressionados com o que ouviram a respeito de Jesus pediram a Filipe e André para levá-los até ele, para conhecê-lo pessoalmente. Quando Jesus soube disso exclamou em tom solene: "É chegada a hora em que o Filho do homem há de ser glorificado" (12.23). Esta é a sentença chave de toda esta passagem do Evangelho de João.
Na narrativa de João, esta declaração de Jesus ecoa como um clarim anunciando o fim de seu ministério público e proclamando o clímax de sua missão. O Filho de Deus haveria de ser glorificado pelo Pai; e o Pai, glorificado pelo Filho. Foi por isso que Jesus orou: "Pai, glorifica o teu nome!" Em seguida, a voz de Deus bradou do céu respondendo: "Eu já o glorifiquei e ainda o glorificarei". Isto significa que a glória de Deus foi a razão e o propósito da missão de Jesus.
O Filho glorificou o Pai por meio de sua vida e seu ministério. Agora o Pai haveria de honrar o Filho por meio da ressurreição após sua morte na cruz, a qual, por sua vez, seria o meio através do qual o Filho mais uma vez haveria de glorificar o Pai. Desta forma, podemos afirmar com segurança que João pretendia provar que Jesus é o redentor por meio do qual Deus manifesta a sua glória no mundo. Mas de que forma Jesus manifestou a glória de Deus? João apresenta quatro indicações de que a glória de Deus se manifestou no mundo através de Cristo.

1.  Jesus se constituiu em alvo de atração para o mundo – gentios e judeus (vv. 20-23; 32)

João faz referência a “alguns gregos” que ansiavam por ver Jesus. Uma vez que eles tinham “subido para adorar durante a festa”, tal fato é evidência de que tais gregos eram gentios convertidos ao judaísmo. Eles rogaram a Filipe que os levasse até Jesus e o fizeram certamente porque Filipe, embora judeu, era um dos discípulos de Jesus que tinha nome grego e era natural de Betsaida, uma cidade da Galiléia onde habitavam muitos gentios de cultura grega. Filipe, por sua vez, recorreu a André (outro discípulo que era conterrâneo de Filipe e também tinha nome grego) e ambos apresentaram-se a Jesus pedindo-lhe permissão para que os gregos se aproximassem dele. Foi neste momento que Jesus fez a declaração solene que manifesta o que se passava em sua alma: “É chegada a hora em que o Filho do Homem há de ser glorificado”.
Nesta declaração, Jesus antecipa na vinda dos gregos as primícias da grande colheita de vidas redimidas que sucederá à sua morte e ressurreição. Embora não esteja explícito, o texto sugere a universalidade do propósito salvífico divino de ser conhecido e adorado em toda a terra. Os profetas Isaías e Habacuque já haviam anunciado, há séculos atrás: “... a terra se encherá do conhecimento da glória do SENHOR, como as águas cobrem o mar” (Is 11.9; Hc 2.14). Isto se harmoniza com a oração sacerdotal de Jesus, em Jo 17.3: “A vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”.
Mas é também imprescindível que se destaque nesta passagem bíblica a declaração seguinte que Jesus fez a respeito de sua morte, sepultamento e ressurreição. Ele se identificou metaforicamente com o “grão de trigo”, que, somente depois de plantado morre, para que possa germinar e dar fruto. Seu corpo a ser cravado na cruz haveria de ser sepultado, para novamente, do seio da terra, ressuscitar em glória. A glória de Jesus como o Messias haveria de se manifestar por meio de sua morte e ressurreição.
O apóstolo João, para designar que gênero de morte pela qual Jesus haveria de glorificar a Deus, registra as palavras ditas por Ele: “E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo” (Jo 12.32). A cruz haveria de ser um símbolo de atração para o mundo. A cruz, embora para os homens daquela época significasse ignomínia e opróbrio, haveria de servir como meio pelo qual o Filho de Deus haveria de ser glorificado, triunfando sobre o pecado e o diabo.
A figura messiânica do "Servo de Yahweh" (Yahweh = Javé, nome de Deus em hebraico) é vista aqui cumprindo a profecia de Isaías – “Eis que o meu Servo procederá com prudência; será exaltado e elevado e será mui sublime” (Is 52.13). Sua morte e ressurreição não somente trará a vida eterna a muitos pecadores, mas também glorificará ao Pai, atraindo o mundo gentílico à adoração ao único e verdadeiro Deus.

Nunca devemos nos esquecer de que Deus sempre age no tempo determinado, para cumprir os seus desígnios. Jamais devemos nos esquecer daquilo que Deus, através do Seu Filho, fez por nós. Nunca devemos nos esquecer de que o propósito salvífico de Deus é universal, pois o mundo é objeto do amor imensurável de Deus. Nada há mais digno de reconhecimento pelo homem do que o mérito que Deus tem de ser glorificado. Nada é mais sublime do que o seu amor imensurável revelado no sacrifício de Jesus, o Filho Unigênito de Deus. Não há outro que mereça a honra de ser chamado Redentor do Universo.
Jamais esqueçamos do Gólgota! Jamais esqueçamos da cruz!  Para o homem, ela era o maior símbolo de vergonha e humilhação; mas, para Jesus, a cruz era o emblema de sua glória. A cruz é a insígnia da glória de Deus; a glória que Ele manifestou ao mundo por meio do sacrifício de Cristo, o Seu glorioso Filho. Como o homem pode retribuir por tamanho ato de amor? Que pode o homem fazer para dignificar o seu Deus? Uma coisa só pode ser feita: o retorno a Deus por meio do arrependimento e pela fé em Jesus Cristo.

A cruz é símbolo universal dos cristãos. Em muitos templos cristãos, ela assinala o lugar onde o povo de Deus se reúne para adorar ao “Rei dos reis e Senhor dos senhores”. Nos cemitérios, ela testifica de que aquele que nela morreu não está mais no túmulo; já ressuscitou, está glorificado no céu e voltará em glória para trazer de volta à vida aqueles que nele creram.
Onde uma cruz é erigida, ali haverá de ser um lugar de atração para o mundo, pois lá deverá se ouvir o brado de Deus pela boca de quem proclama o evangelho, chamando os pecadores ao arrependimento e à fé em Jesus Cristo. A cruz é, paradoxalmente, o estandarte da morte e o pavilhão da vida pelo qual o mundo é atraído a Jesus.


2.  Jesus se constituiu em Mestre e exemplo de vida para o mundo (v. 24-26)

O sacrifício de Jesus é lição de vida para todo ser humano. Eis porque o Mestre ensina: “Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna. Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, o Pai o honrará” (v. 25-26).
Não há dúvida de que, através destas palavras, Jesus ensinou um grande princípio: o homem só vive para Deus quando morre para si mesmo. Jesus tinha consciência de que, para glorificar a Deus, era necessário que, através de seu exemplo de vida e de ministério, ele deveria manifestar a encarnação da Palavra de Deus por ele proclamada e vivenciada. Seus discípulos estavam agora sendo desafiados a seguirem o seu exemplo, a fim de que Ele fosse glorificado também neles.

Todo verdadeiro crente precisa aprender e encarnar três grandes verdades que Jesus ensinou com seu exemplo de vida. A primeira é que a jornada de uma vida frutífera começa no altar do sacrifício. O grão de trigo não dá fruto se primeiro não morrer (v. 24). A recusa pelo auto-sacrifício implica na solidão espiritual eterna, tipificado pelo grão que não morre, fica só e não dá fruto. Isto nos faz entender que quem se recusa a viver para Deus eterniza sua inutilidade.
A segunda grande verdade que Jesus ensina com seu exemplo de vida é que a opção por uma vida egocêntrica custa a perda de uma eternidade com Deus. “Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna” (v. 25). Quem vive para si mesmo está morto para Deus. Ninguém pode viver para Deus quando seu coração está preso pelo amor a tudo que é trivial e efêmero. Religiosidade sem fruto é desperdício de vida e passaporte para o inferno.
A terceira grande verdade que Jesus ensina com seu exemplo de vida é que Deus sempre haverá de honrar todo aquele que faz de sua vida um meio de glorificar a Deus. Cristo haverá de compartilhar a sua glória com aqueles que o servem, uma vez que eles estarão onde ele também estiver: na glória do Pai (v. 26). Servir a Deus é a razão de nossa existência. Portanto, quem vive a serviço de Deus haverá de receber seu justo galardão.


3.  Jesus derrotou o poder de Satanás no mundo (v. 31)

Desde a queda do homem, o mundo se tornou o reino do pecado e da morte, sendo Satanás o seu chefe. Por três vezes no Evangelho de João (12.31; 14.30 e 16.11), Satanás é intitulado de “príncipe” (em grego, archon = governador, comandante, chefe), indicando que seu principado foi instalado no mundo. Em sua primeira epístola, João declara que “o mundo jaz no maligno” (1Jo 5.19). Três vezes João o menciona com o nome de “diabo” (em grego, diabolos = enganador). Na primeira vez, referiu-se a um dos seus discípulos, dizendo ser ele “diabo” (6.70). A segunda vez é quando Jesus declara que os judeus que o rejeitaram como o Messias tinham por pai o diabo (8.44). A terceira vez é quando João relata que o diabo pôs no coração de Judas que o traísse (13.2).
Sendo Satanás designado como “príncipe deste mundo”, o conceito de mundo, nesta passagem, não pode ser o mesmo usado pelo próprio João em seu evangelho ao dizer que “Deus amou o mundo” (3.16), significando a plenitude da espécie humana que Deus criou à sua imagem e semelhança. O conceito de mundo, no contexto desta perícope, deve significar algo do qual os filhos de Deus jamais devem fazer parte.
Em seu evangelho, João usa 58 vezes o termo mundo (em grego, kosmos = universo, ordem, sistema organizado, governo, mas também é um termo utilizado para designar o conjunto dos homens maus e rebeldes contra Deus). O mundo é visto como sendo hostil a Deus e aos seus verdadeiros filhos. “O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu” (Jo 1.10). O repúdio do mundo pelo Filho de Deus se estendeu a todos os que nele creram. “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim” (Jo 15.18).
Mundo, no sentido usado por João aqui, significa um sistema de valores antagônicos aos valores do reino de Deus. Ele vê este mundo como a ordem maligna que submete os homens ao domínio e controle de Satanás para a prática do mal. O mal é sistêmico e está organizado contra Deus. “Não pode o mundo odiar-vos, mas a mim me odeia, porque eu dou testemunho a seu respeito de que as suas obras são más” (Jo 7.7) – disse Jesus a seus irmãos incrédulos que o incentivavam a ir à Judéia conquistar fama e prestígio popular no mundo por meio de suas obras. Este sistema organizado do mal, onde as pessoas buscam a realização de seus sonhos de grandeza, é diabólico. Quem busca a glória do mundo está dominado pela síndrome de Lúcifer. Eis, portanto, que o Filho do Homem veio “a este mundo para juízo” (Jo 9.39).
Os homens do mundo têm duas opções: ou aceitam o Redentor e são salvos, ou recusam o Redentor e serão julgados. O mundo, embora hostil a Deus e ao Seu Filho, é o alvo da missão do Filho e o foco do propósito salvífico do Redentor. Uma vez que “o príncipe deste mundo já está julgado” (Jo 16.11), pois a sentença divina contra Satanás já fora decretada e haveria de se consumar no iminente sacrifício de Cristo na cruz, não resta mais tempo para os homens a não ser o período que antecede a morte gloriosa do Salvador do Mundo.
O mundo dos homens é um mundo mau, perverso e imoral. Portanto, o Filho do Homem não pertence a este mundo. “Vós sois cá de baixo, eu sou lá de cima; vós sois deste mundo, eu deste mundo não sou”, disse Jesus, em Jo 8.23. Esta é a principal razão pela qual Cristo não veio estabelecer na terra, isto é, no mundo das nações, um reino político por meio do qual fosse glorificado. Seu testemunho diante de Pilatos confirma isso: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui” (Jo 18.36).
Uma vez que o ministério de Jesus chegou ao fim, então também “Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso” (v. 31). A sua última chance parece estar sendo perdida. Agora o sacrifício da cruz, pelo qual os regenerados serão salvos, haverá de ratificar a sentença de juízo sobre o mundo da impiedade humana controlado pelo diabo.

Olhando para o mundo de hoje como ele é, perguntamos: Há alguma diferença entre o mundo atual e o mundo daqueles dias? Os tempos mudaram, mas o mundo é o mesmo; e, se não é o mesmo, é pior que o daqueles dias. A impiedade, a descrença e a indiferença para com Deus continuam agravando a culpa do homem que caminha para a perdição eterna. A única esperança para o mundo atual continua sendo a mesma que Jesus trouxe aos seus contemporâneos: o arrependimento dos seus pecados e a fé no Filho de Deus que veio como o “Cordeiro de Deus” para tirar o pecado do mundo (Jo 1.29). O apóstolo João ensina que o principal objetivo do sacrifício de Jesus na cruz não é o juízo deste mundo, mas a sua salvação. “Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (Jo 3.17).
Não os que crêem, mas os ímpios são julgados e condenados. O pecado é a expressão da maldade que faz do homem o alvo do juízo divino. O pecado responsabiliza o homem pela morte de Cristo, para torná-lo alvo da justiça retributiva divina. Isso é grave, mas nem tudo está perdido. Apesar de tudo isso, a graça de Deus é a única porta aberta ao perdão e à regeneração de todo aquele que vier a crer em Jesus. Diante disto, o homem não tem outra alternativa senão render sua alma a Deus pela fé em Jesus.


4.   Pela morte na cruz, Jesus consolida o reino de Deus no mundo (v. 34-36)

Mesmo tendo chegado a hora do julgamento do mundo e da expulsão do seu príncipe, Jesus oferece sua última chance aos judeus quando argumentaram e perguntaram a respeito do Filho do Homem: “Nós temos ouvido da lei que o Cristo permanece para sempre, e como dizes tu ser necessário que o Filho do Homem seja levantado? Quem é esse Filho do Homem?” (v. 34).
Filho do Homem era o título messiânico oriundo de Daniel 7.13-14 usado por Jesus para identificar-se com o agente divino que desce dos céus para estabelecer no mundo o seu reino eterno. A vinda do Filho do Homem ao mundo tem o propósito de destronar “o príncipe deste mundo” e assumir a regência em seu lugar. O Filho do Homem veio para reinar. O juízo deste mundo e a expulsão do seu príncipe seriam, por sua vez, sinais de que o reino do Filho do Homem (reino espiritual) estava se estabelecendo no mundo, para nele manifestar a sua glória.
Quando Jesus esteve no tribunal diante de Pôncio Pilatos, sendo acusado de pretender o estabelecimento de seu reino entre os judeus, o próprio Pilatos lhe perguntou: “Logo, tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo...” (Jo 18.37).
A pergunta dos judeus “Quem é esse Filho do Homem?” busca uma resposta que lhes dê um conceito do Messias segundo a concepção de Jesus. Mas a resposta de Jesus não é direta. Ele usa uma linguagem metafórica para responder a pergunta nos seguintes termos: “Ainda por um pouco a luz está convosco. Andai enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos apanhem; e quem anda nas trevas não sabe para onde vai. Enquanto tendes a luz, crede na luz, para que vos torneis filhos da luz” (v. 35-36).
Como “luz do mundo” (8.12), Jesus se constitui em guia espiritual para os perdidos. Para aqueles judeus que persistiam na incredulidade e jaziam nas trevas do pecado, pouco tempo restava. Até à morte de Cristo não passaria nem mais uma semana. A agenda de Deus para aquele tempo já estava se cumprindo. A oportunidade de crer não havia cessado de todo, portanto, aquele que veio ao mundo como luz, antes de retornar ao seu lugar de origem, ainda estaria por pouco tempo no mundo, o suficiente para que eles se arrependessem e cressem no Filho do Homem.
A última hora para o arrependimento havia chegado. Quando o Filho do Homem fosse levantado da terra, então, nada mais poderia ser feito; o selo da condenação seria estampado no decreto do juízo divino. Pelo sacrifício de Jesus na cruz, o poder e o domínio de Satanás sobre este mundo tenebroso teria seu final e o triunfo do Filho do Homem haveria de manifestar a sua glória no mundo.

Todo pecador é um perdido por escolha. Fé ou incredulidade, obediência ou rebeldia, são opções de escolha humana que trazem conseqüências eternas. Não há salvação sem fé nem galardão sem obediência. O destino eterno de uma alma depende diretamente do caminho que tiver escolhido nesta vida. Em sua soberania, o mesmo Deus que abriu o portal da graça é o mesmo que tem autoridade para fechá-lo.
Se o homem tem uma alma, e ele a tem; e se essa alma pode perder-se eternamente, e ela pode; então, a melhor coisa que um pecador pode fazer, antes que seja tarde demais, é render sua alma a Jesus, a fim de que ele seja reconhecido como mais um fruto colhido que faz valer o sacrifício daquele que na cruz fez brilhar a gloria de Deus.


Conclusão

Que grandiosa obra Deus realizou por meio de Jesus! Não há outro Deus a não ser o nosso Criador. Não há outro salvador a não ser Jesus, o Filho de Deus. Não há outro meio de salvação a não ser pelo sacrifício da cruz. Deus chama o mundo a contemplar na simbologia da cruz a glória do nosso Salvador. A cruz haverá de ser o sinal que testificará do amor e da graça divina, mas muito mais da glória de Jesus em seu triunfo sobre o diabo e o reino deste mundo. Aprendemos hoje que Jesus é o redentor por meio do qual Deus manifesta a sua glória no mundo. Como ele conseguiu isso? Ele se constituiu em alvo de atração para o mundo, em exemplo de vida para o mundo, derrotou o poder de Satanás no mundo e, por sua morte na cruz, Ele consolidou o reino de Deus no mundo.
Abre teu coração para Deus e olha para Jesus. Ele é a única e verdadeira esperança para todo homem. Não te esqueças que a única glória verdadeiramente humana consiste em tornar-se um verdadeiro discípulo daquele que verdadeiramente honrou e glorificou a Deus e por Deus foi glorificado. Quem busca compartilhar a glória que Ele tem só tem uma coisa a fazer: reconhecer a miséria dos seus pecados, arrepender-se e humilhar-se aos pés dele. Arrepende-te agora e não te esqueças que há um Deus que te ama, há uma oportunidade que perdes e há uma eternidade à tua espera. O Senhor seja contigo.



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