TEXTO: Gn
2.18-25
“Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem
esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea. Havendo, pois, o
SENHOR Deus formado da terra todos os animais do campo e todas as aves dos
céus, trouxe-os ao homem, para ver como este lhes chamaria; e o nome que o
homem desse a todos os seres viventes, esse seria o nome deles. Deu nome o homem
a todos os animais domésticos, às aves dos céus e a todos os animais
selváticos; para o homem, todavia, não se achava uma auxiliadora que lhe fosse
idônea. Então, o SENHOR Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este
adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne. E a costela
que o SENHOR Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe. E
disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne;
chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada. Por isso, deixa o homem pai e
mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne. Ora, um e outro, o
homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam”.
Introdução
Casamento cristão é o
termo que designa o matrimônio como uma instituição divina, fundamentado e
regido pelos princípios definidos por Deus nas Escrituras Sagradas. Para que um
homem e uma mulher se casem segundo os princípios cristãos, é necessário que
conheçam três fatores imprescindíveis: o conceito, o propósito e as
características de um verdadeiro casamento.
1.
O
significado bíblico de casamento (Gn 2.24)
O livro de Gênesis nos
revela que Deus, ao criar a mulher, tinha o propósito de torna-la uma auxiliadora idônea do homem. Para isso, ela deveria ter a mesma natureza
constitutiva do seu parceiro – “E a costela
que o SENHOR Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe” (v. 22) – para que ambos pudessem constituírem-se “uma só carne” (v. 24). Ao fazer isso,
Deus nos ilustrou que, no matrimônio, a unidade
do casal (homem e mulher) está estabelecida. De certa forma, esta é uma união
mística. A meta do matrimônio deve ser mais que uma amizade e parceria; devesse
ser uma unidade. Assim, portanto,
fazemos duas inferências. A primeira é que o casamento não é uma junção, mas uma UNIÃO
íntima e perpétua entre dois seres da mesma espécie, cuja unidade tanto física como
espiritual deve ser preservada. A segunda é que o casamento não é um contrato,
mas uma ALIANÇA perpétua.
O matrimônio estabelece
uma relação de compromisso recíproco perpétuo entre os cônjuges. Em Rm 7.2-3, o
apóstolo Paulo declara que “a mulher
casada está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive; mas, se o mesmo
morrer, desobrigada ficará da lei conjugal. De sorte que será considerada
adúltera se, vivendo ainda o marido, unir-se com outro homem; porém, se morrer
o marido, estará livre da lei e não será adúltera se contrair novas núpcias”.
A diferença entre um
contrato e uma aliança reside no fato de que: (1) um contrato tem prazo; uma
aliança é perpétua; (2) um contrato estabelece direitos e obrigações
individuais das partes contratadas, mas uma aliança estabelece direitos e
obrigações comuns; (3) um contato satisfaz apenas aos interesses individuais;
uma aliança, aos interesses comuns. Por ser assim, o casamento estabelece o fim
do individualismo, define um só projeto de vida para os cônjuges e firma a
comunhão de bens e recursos pessoais para o bem-estar de ambos.
2.
O propósito
do casamento
A narrativa da criação do
primeiro casal deixa explícita a intenção de Deus: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora...” (Gn
2.18). Tendo criado a mulher, Deus a uniu ao homem, abençoando esta união. Fica
claro, na narrativa de Gênesis, que o propósito do casamento é duplo. Primeiro,
ele põe fim à solidão. Thomas Merton, escritor católico do século XX, disse:
“Nenhum homem é uma ilha”. Nenhum ser humano se realiza sozinho; todos somos
seres relacionais e interdependentes. O segundo propósito do casamento consiste
na constituição da família para perpetuação da espécie humana, segundo o
desígnio divino. Ao coabitar Adão com sua esposa Eva, esta concebeu e deu à luz
a Caim [...] depois deu à luz a Abel... (Gn 4.1-2).
3.
Os
requisitos para o casamento
Milênios após a criação, a
despeito das mudanças culturais, o propósito divino para com o homem e a
família continua o mesmo. O registro sagrado da revelação divina nos aponta requisitos
sem os quais a celebração do matrimônio não convém. O primeiro requisito é o amor. O mandamento do amor, na
relação conjugal entre o homem e a mulher, insurge como condição para o
estabelecimento de um relacionamento saudável. “Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si
mesmo se entregou por ela” (Ef 5.25); “Todavia também vós, cada um de per si, assim ame a
sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie a seu marido” (Ef 5.33).
O segundo requisito é a maturidade, em todos os seus níveis:
físico, psicológico e espiritual. Esta é uma das razões pelas quais pessoas no
seu estágio de puberdade, embora aptos para a reprodução, ainda são incapazes
para o exercício da paternidade e
da maternidade. Pai e mãe são mais que genitores; são provedores
do sustento, da educação e da disciplina, o que sem maturidade é impossível se
realizar. A Bíblia diz: “A mulher sábia
edifica a sua casa, mas a insensata, com as próprias mãos, a derriba” (Pv
14.1). Diz também: “Quando eu era menino,
falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a
ser homem, desisti das coisas próprias de menino” (1Co 13.11). Portanto,
meninos e meninas não casam. Casamento é coisa de gente adulta.
O terceiro requisito é a independência. Em Gn 2.24, estabelece
que o homem (a mulher também) “deixará
seu pai e a sua mãe...” Isto deve significar: (1) um deixar fisicamente, isto é, sair definitivamente
a residência dos seus pais; (2) deixar emocionalmente,
isto é, autonomia e maturidade suficientes para decidir e agir sozinhos; (3)
deixar financeiramente, isto é, ter
sustento próprio, fruto do esforço pessoal e do trabalho próprio.
Conclusão
O
casamento é uma instituição divina que estabelece uma relação de compromisso
mútuo entre marido e mulher, segundo os critérios divinos. Somente casamentos
legitimados por Deus (pessoas idôneas) podem produzir pessoas moral e
espiritualmente saudáveis. Mancebia (concubinato) é uma união ilegítima tanto
do ponto de vista moral como social. Aos olhos de Deus, concubinato não passa
de um acasalamento, o qual
se fundamenta apenas no instinto natural e biológico. No
casamento, o homem e a mulher, sob a bênção e a legitimação de Deus, unem seus
corpos, suas vidas, seus bens e seus destinos, para perpetuação da espécie e da
família, promover o bem-estar mútuo, e o bem comum da sociedade.
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