1.
Evangelização
– tese de John Stott[1]
John
Stott opina que o conceito de evangelização deve distanciar-se de duas falsas
concepções. A primeira é que a evangelização “não deve ser definida em termos
de resultados [...] Evangelização, na acepção bíblica do termo, não significa
ganhar conversos, mas simplesmente anunciar as boas novas, independentemente dos
resultados”.
A segunda falsa concepção é que a “Evangelização não deve ser definida em termos de métodos”. Não importa como o processo de evangelização se dá, evangelizar sempre significará a proclamação das boas novas do reino.
A segunda falsa concepção é que a “Evangelização não deve ser definida em termos de métodos”. Não importa como o processo de evangelização se dá, evangelizar sempre significará a proclamação das boas novas do reino.
Assim
sendo, o conceito de evangelização “pode e deve ser definido em termos de mensagem”. Na experiência dos apóstolos,
tomando como base 1Co 15, podem ser verificados quatro elementos nas “boas
novas”:
a) Aconteceram fatos evangelísticos
– os apóstolos falavam da vida e do ministério de Jesus.
b) Houve testemunhas evangélicas
– os apóstolos proclamaram a morte e a ressurreição de Jesus afirmando que
foram testemunhas oculares de tais fatos realizados como obra redentora de Deus
(At 2.32; 5.32).
c) Houve promessas evangélicas –
promessa de segurança, do perdão de pecados e do dom do Espírito Santo (At
2.38).
d) Houve também exigências de caráter
evangélico, a saber, arrependimento e fé (At 2.38; 3.19).
1.2.
Evangelização
– tese de René Padilla
“O
evangelho de Jesus Cristo é uma mensagem pessoal: revela um Deus que chama um
dos seus pelo seu nome. Mas é ao mesmo tempo uma mensagem cósmica: revela um
Deus cujo propósito abarca o mundo inteiro. Não se dirige ao indivíduo per se, mas ao homem como membro da
velha humanidade em Adão [...] a quem Deus chama para integrar-se à nova
humanidade em Cristo, marcada pela justiça e pela vida eterna”.[2]
A
evangelização ocorre no contexto do mundo levando em conta as dimensões mais
amplas para que não haja distorção da missão. Não se deve perder de vista o
contexto onde o não-crente se encontra; portanto, “não se pode falar de
salvação sem que se faça referência à relação do homem com o mundo do qual ele
faz parte”.[3]
1.3.
Salvação
– tese de John Stott
Salvação
é resultado da evangelização, pois “o evangelho é o poder de Deus para salvação
de todo aquele que crê” (Rm 1.16; 1Co 1.21). A tentativa de expressar o
conceito de salvação numa linguagem atual conduz, segundo John Stott, a dois
erros:
a) O erro de julgar que salvação significa saúde ou integridade físico-mental. A cura de Bartimeu e do leproso
a quem Jesus disse: “a tua fé te salvou” não pode confundir salvação com cura.
Salvação pela fé é libertação do pecado e não do dano físico.
b) O erro de julgar que salvação significa libertação sociopolítica. As obras sociais e as lutas em favor da
justiça e da liberdade não se constituem em meios de salvação, nem a salvação
se confunde com tais resultados conquistados. Salvação há sempre de ser a
libertação do pecado e de suas consequências eternas.
As
Escrituras, quando nos asseguram que somos salvos, nos fazem entender três
verdades inconfundíveis:
a) Fomos
salvos da ira de Deus, do seu justo juízo sobre nossos pecados. Fomos
reconciliados com Deus pela fé em Cristo (Rm 5.1-2), libertos da escravidão do
pecado (Rm 6.1-23) e da condenação eterna (Rm 8.1-2).
b) Estamos
sendo salvos. Salvação no Novo Testamento é tanto um processo quanto uma dádiva da
graça de Deus. Somos exortados a desenvolvermos a nossa salvação (Fp 2.12). A
santificação “sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14) é um processo pelo
qual “somos transformados de glória em glória” pelo Espírito do Senhor (2Co
3.18; Gl 5.16-26).
c) Nossa
salvação final está no futuro. O objeto de nossa “esperança da
salvação” (1Ts 5.8; Cf Rm 8.24) consiste em nossa glorificação que ainda virá.
Aguardamos, juntamente com toda a criação, o que Paulo chama de “liberdade da
glória dos filhos de Deus” (Rm 8.21). Vivemos a tensão entre o agora e o ainda não.
1.4.
Conversão
– tese de John Stott
A
conversão ocorre como resposta necessária ao Evangelho. John Stott propõe que
“Devemos rejeitar como completamente antibíblica a idéia de que todos os homens
foram salvos por Cristo e que a única função da evangelização é levar ao
ignorante essas boas novas”.[4]
Somos
encarregados do ministério e da mensagem da reconciliação. Deus nos ordena que
peçamos às pessoas: “reconciliai-vos com Deus” (2Co 5.18-20). Portanto,
pregamos para pessoas que ainda estão
perecendo. Mas isso pode nos levar a duas concepções erradas:
a) Conversão
não é obra que o homem possa realizar sozinho. A
resposta humana ao evangelho resulta da ação do Espírito que age para convencer
o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11). Além disso, o arrependimento
tanto é um dever do homem como um dom de Deus (At 11.18; Ef 2.8; Fp 1.29).
b) Conversão
não é renúncia a toda herança cultural. Mesmo sabendo que arrependimento é
renúncia, é necessário que se identifique o que o pecador deve renunciar. O que
deve ser renunciado são todas as coisas que não procedem do Pai, mas do mundo:
“a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida”
(1Jo 2.15-17). “Conversão não deve tirar o converso do mundo; deve mandá-lo de
volta para lá”.[5]
c) Conversão
não é o fim; mas um novo começo. À conversão segue o discipulado e o
crescimento espiritual, para o alcance da maturidade, cuja meta é atingir a
“perfeita varonilidade, à medida da plenitude de Cristo” (Ef 4.13). A conversão
é o princípio de uma vida inteiramente nova em Cristo, na igreja e no mundo.
1.5.
O
significado de “evangelho” – tese de René Padilla
A vida
e a missão da igreja não estão relacionadas com a relevância, mas com o
conteúdo do evangelho, diz Padilla. E, referindo-se à sua aplicação à vida e à
realidade contextual do homem, acrescenta: “Obviamente, há lugar para a
consideração das maneiras pelas quais o evangelho satisfaz às necessidades do homem no mundo contemporâneo [...] O que do evangelho determina o como de seus efeitos na vida prática”. [6]
As condições para uma evangelização efetiva são três:
a) A certeza quanto ao conteúdo
do evangelho;
b) A resposta ao evangelho. “A
genuinidade da conversão de uma pessoa depende diretamente da genuinidade do
evangelho ao qual ela respondeu em arrependimento e fé. Um evangelho espúrio só
pode dar como resultado uma conversão espúria” [7];
c) Uma experiência do evangelho.
“A experiência do evangelho é uma experiência religiosa, mas nem toda
experiência religiosa é uma experiência cristã, exceto aquela que surge do
evangelho”. [8]
1.5.1. Uma mensagem escatológica
O
mundo que serviu de palco para a pregação do evangelho inicialmente era um
mundo de expectativas messiânicas. Os escritos apocalípticos judeus,
independentemente de sua canonicidade, refletem a visão, a crença e a esperança
judaica reafirmadas nos escritos do Novo Testamento. A vinda de Jesus como o
Messias prometido reflete o cumprimento das Escrituras do Antigo Testamento.
“Depois de João ter sido preso, foi Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho
de Deus, dizendo: O tempo está cumprido e o reino de Deus está próximo;
arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.14-15). Jesus proclama que o dia
escatológico efetivamente amanheceu. Suas palavras colocam em relevo os
seguintes fatos relativos ao evangelho:
a) A proclamação do evangelho marca o kairos,
o tempo determinado por Deus para dar cumprimento a seu propósito. Chegou a
hora decisiva da história da salvação! A esperança dos profetas está se
realizando!
b) O conteúdo do evangelho não é uma nova teologia ou um novo ensinamento
acerca de Deus, mas um evento: a vinda do Reino.
c) A referência tanto ao reino de Deus como ao evangelho faz eco a Isaías
52.7. Jesus se vê como o arauto da nova era na qual se cumpre o anúncio de
Isaías: “Teu Deus reina”!
A
proclamação do evangelho é inseparável do chamado ao arrependimento e à fé. A
característica mais distintiva do ensinamento de Jesus quanto ao reino de Deus
é que a era do reino já se faz presente no mundo por meio de sua pessoa e seu
ministério (Mt 12.28).
O
reino como realidade presente também é o tema que Jesus confia primeiro aos
Doze (Mt 10.7; Lc 9.2, 6) e posteriormente aos Setenta (Lc 10.9-11). O reino
será também o tema da pregação cristã até o fim da presente era (Mt 24.14; cf.
Mc 13.10). Por isso, Filipe pregou em Samaria “a respeito do reino de Deus e do
nome de Jesus Cristo” (At 8.12) e Paulo, na Sinagoga de Éfeso, “falava
ousadamente [...] com respeito ao reino de Deus” (At 19.8) e que em Roma ele
pregou o reino de Deus (At 28.23, 31). Pedro no dia de Pentecoste afirmou que
Jesus, depois de ter sido “exaltado à destra de Deus”, foi feito “Senhor e
Cristo” (At 2.33, 36). A ênfase de Pedro é clara: Jesus está no trono, chegou a
era messiânica.
1.5.2. Uma mensagem cristológica
Não
resta dúvida que Cristo é o centro do kerigma
apostólico (At 5.42; 8.5; 9.20; 1Co 1.23; 2Co 2.12; 4.5; 9.13; 10.14; Fp
1.15). A chave para a compreensão do evangelho de Jesus está no significado
dinâmico de “reino” (basiléia). O
reino proclamado por Jesus é o poder de Deus em ação entre os homens por meio
de sua pessoa e seu ministério. Na terra ele revelou seu poder para restaurar o
homem por completo, perdoando os seus pecados e devolvendo-lhe a integridade e
a saúde física (Mt 9.6; cf. Mc 2.10; Lc 5.24). O evangelho é apresentado como o
poder restaurador de Deus por meio de Jesus Cristo. A pregação do evangelho há
de anunciar não somente a morte e ressurreição de Jesus mas também sua
exaltação como Soberano do universo, o Senhor de tudo e de todos (Fp 2.9-11).
1.5.3. Uma mensagem soteriológica
A proclamação
do advento do reino de Deus por meio de Jesus significa o anúncio de que Deus
está atuando na história por meio da pessoa e da obra de seu Filho. O Messias
encarna o cumprimento da esperança veterotestamentária. Mas o cumprimento das
promessas de Deus não ocorre em termos de vitória política e nacional de
Israel. Sua vitória é de dimensões universais.
O
exorcismo era um sinal de que, em antecipação à destruição de Satanás e suas
hostes no fogo eterno (Mt 25.41), Deus invadiu a esfera de ação de Satanás,
como quem entra na casa do homem forte e o amarra antes de saquear-lhe seus
bens (Mt 12.29). Seus milagres de cura são sinais que apontam para a vinda do
fim, quando a morte será absorvida pela imortalidade.
Como o
Filho do Homem que traz consigo o Reino de Deus, ele tem poder para perdoar
pecados (Mc 2.10; cf. Lc 7.48). Sua mensagem revela um Deus que tomou a
iniciativa na busca dos perdidos, a fim de colocá-los sob seu governo (Mc
2.15-17; Lc 15), numa nova relação na qual Deus é reconhecido como Pai (Mt
6.32-33; Lc 12.30). Na perspectiva do Novo Testamento, a salvação (soteria) que o evangelho traz é
libertação de tudo que interfere no cumprimento do propósito de Deus para com o
homem.
Em
detalhes, a salvação significa:
a) Salvação
é libertação das conseqüências do pecado – condenação (Mc 16.16; cf. Rm 8.1-2);
juízo (Jo 12.47; Rm 5.21); perdição (Mt 16.25; Mc 8.35; Lc 9.24; 1Co 1.18);
morte (Rm 1.32; 6.23; 2Co 7.10; Tg 5.20); ira (Rm 2.5; 5.9; 1Ts 5.9; Ef 2.3).
b) Salvação
é libertação do poder do pecado – os remidos são transportados por
Deus do império das trevas para o reino do Filho amado de Deus (Cl 1.13). Eles
recebem nova vida “em Cristo” (Rm 5.17, 21; 6.23; 8.2; Cl 3.3-4; Fp 1.21; 1Ts
5.10) e esta salvação envolve pertinência
ao povo de Deus (Rm 4.16; Gl 3.27-29), transformação
moral e o dom do Espírito Santo.
c) Salvação
inclui uma completa restauração do homem como a imagem de Deus, que
já ocorre como um processo de santificação (2Co 3.18).
1.6.
A
evangelização e o mundo – tese de René Padilla
Qual a
visão cristã de mundo? Seja ele o que for, devemos vê-lo como Deus o vê e nos
dirigir a ele como enviados de Deus, visando o alcance dos seus eternos
desígnios. Uma concepção bíblica e notável de mundo é apresentada por René
Padilla da seguinte forma:
1.6.1. “O mundo é a soma total da criação, o
universo, os céus e a terra que Deus criou no princípio e que recriará no
final”.
“O mundo foi criado
por Deus
por meio
do Logos (Jo 1.10), e fora do Logos nada do que tem
sido feito se fez (Jo 1.3). O Cristo proclamado pelo evangelho como
o agente da redenção
é também o agente
da criação de Deus.
E é simultaneamente a meta para a qual se dirige
todo o universo
(Cl 1.16) e o princípio de coerência de toda
a realidade, tanto
material como
espiritual (Cl 1.17)” [...] O evangelho envolve a esperança
de ‘um novo céu e uma nova terra’ (Ap 21; cf. 2Pe 3.13). Conseqüentemente,
a única evangelização
autêntica é a que
se orienta para esta meta
última da ‘restauração
de todas as coisas’ em
Jesus Cristo, prometida pelos profetas
e proclamadas pelos apóstolos
(At 3.21)”.
1.6.2. “Num sentido mais limitado, o mundo é a
presente ordem de existência humana, o contexto espaço-temporal da vida do
homem”.
“Este
é o mundo dos bens materiais, onde os homens se preocupam com “coisas” que são
necessárias, mas que facilmente se convertem em um fim em si (Lc 12.30). A
‘ansiosa inquietude’ por estas coisas é incompatível com a busca do reino de
Deus (Lc 12.22-31) [...]. De nada lhe serve ganhar ‘todo o mundo’ e se destruir
ou perder a si próprio (Lc 9.25; cf Jo 12.25) [...]. Anunciar o evangelho é
anunciar a mensagem de um reino que não é deste mundo (Jo 18.36) e que,
portanto, não ajusta sua política à dos reinos da terra. De um soberano que
rejeitou ‘todos os reinos do mundo e a glória deles’ (Mt 4.8; cf. Lc 4.5) para
instalar o seu próprio sobre a base do amor. De um reino que se faz presente
entre os homens aqui e agora (Mt 12.28), por meio de um que não procede deste
mundo, mas ‘de cima’, de uma ordem que se estende mais além do transitório
cenário da vida humana (Jo 8.23)”.
1.6.3. “O mundo é a humanidade, reclamada pelo
evangelho, mas hostil a Deus e escravizada pelos poderes das trevas”.
Dois
aspectos deste conceito são destacados por Padilla:
a) O mundo reclamado pelo evangelho.
O
propósito salvífico de Deus é universal, pois contempla toda a humanidade (1Tm
2.4). A salvação não tem concepção sectarista, pois Cristo é identificado no
Novo Testamento como “o Salvador do mundo” (Jo 4.42; 1Jo 4.14; 1Tm 4.10) e para
este fim – o de salvar o mundo – ele foi enviado (Jo 3.17). O mundo é o alvo do
amor de Deus (Jo 3.16) e Cristo como “Cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo” (Jo 1.29) e se revelou como “luz do mundo” (Jo 1.9; 8.12; 9.5). Ele é a
propiciação não só pelos nossos pecados, “mas ainda pelos do mundo inteiro”
(1Jo 2.2; cf. 2Co 5.19).
A
universalidade do propósito salvífico divino nada tem a ver com o universalismo
propugnado pelos teólogos contemporâneos. A proclamação de Jesus como “o
Salvador do mundo” não é uma afirmação nem promessa de que todos os homens
sejam salvos, mas um chamamento a todos para crerem naquele que morreu pelos
pecados do mundo.
Da
universalidade do evangelho deriva a universalidade da missão. O clamor ao
mundo por parte do evangelho propagado por Jesus continua por meio dos
cristãos. Assim como o Pai o enviou, também ele nos envia ao mundo (Jo 17.18;
20.21). O arrependimento e o perdão dos pecados em seu nome devem ser
anunciados em todas as nações (Lc 24.17; cf. Mt 28.19; Mc 16.15). Esta é a
exigência do evangelho que dá sentido à história até o final da presente era
(Mt 24.14).
b) O mundo hostil a Deus e escravizado
pelos poderes das trevas.
O
Logos veio ao mundo que por ele foi criado, mas “o mundo não o conheceu” (Jo
1.10). Veio como luz do mundo, “mas os homens amaram mais as trevas do que a
luz; porque suas obras eram más” (Jo 3.19). A grande tragédia do mundo consiste
num círculo vicioso de rejeição que o conduz a odiar a Cristo e seus seguidores
gratuitamente (Jo 15.18, 24; 1Jo 3.1, 13). A situação do mundo em rebelião
contra Deus é tal que Jesus Cristo nem sequer ora por ele (Jo 17.9).
Por
trás da rejeição a Cristo há os poderes espirituais hostis aos homens e a Deus
(Ef 6.12), pois “o mundo jaz no maligno” (1Jo 5.19). A cegueira dos incrédulos
com respeito ao evangelho é o resultado da ação de Satanás, “o deus deste
século” (2Co 4.4). Os homens seguem o curso deste mundo determinado pelo
“príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da
desobediência” (Ef 2.2).
A
igreja luta contra as forças espirituais do mal dominadoras deste “mundo
tenebroso” (Ef 6.12). O mundo estará conquistado por Cristo, incluindo-o no seu
reino “quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e
poder” (1Co 15.24-25).
O
mundo é a arena onde Deus – um Deus que atua na história – está travando uma
batalha contra poderes espirituais que escravizam os homens. O homem é vítima
de uma ordem que o transcende. Dominado pelos podres das trevas, o mundo está,
contudo, simultaneamente sob o juízo de Deus.
O
mundo é um sistema no qual o mal está organizado contra Deus. O que lhe dá este
caráter, no entanto, é sua conexão com Satanás e suas hostes. Tais hostes são
identificadas como “os poderosos desta época” (1Co 2.6), “os dominadores deste
mundo” (Ef 6.12), os “rudimentos do mundo” (Gl 4.3, 9; Cl 2.8, 20). Esta visão
apocalíptica do mundo que permeia o Novo Testamento e aponta para a dimensão
cósmica tanto do pecado como da redenção cristã oferece um pano de fundo sem o
qual não se pode entender devidamente a obra de Jesus Cristo.
[1]
John STOTT. A missão da igreja no mundo
de hoje, pp. 38, 42.
[2]
René PADILLA, Missão integral:
ensaios sobre o reino e a igreja, p. 15.
[3] René PADILLA. Ibdem, p. 15.
[4] John STOTT. Ibdem, p. 50.
[5] John STOTT. Ibdem, p. 52.
[6]
René PADILLA. Ibdem, p. 73.
[7] René
PADILLA. Ibdem, p. 74.
[8]
René PADILLA. Ibdem, p. 74.
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