28 de julho de 2019


SENTADOS À MESA COM JESUS
(Mt 26.17-30)

Um dos lugares mais agradáveis que sempre buscamos para alegria de nossas almas é a mesa. Nas mesas dos restaurantes, das sorveterias ou da casa de um amigo, podemos desfrutar de momentos que marcam nossa vida na companhia das pessoas que amamos. A mesa é símbolo de hospitalidade, comunhão e aceitação. Esta é uma das razões pelas quais Jesus fez da mesa um lugar muito especial. A mesa da cerimônia da Ceia do Senhor é o lugar para o qual Jesus nos convida para o brinde da comunhão. À luz do texto que lemos, quero compartilhar com você o que significa sentar-se à mesa com Jesus.

Em primeiro lugar, a mesa de Jesus é o lugar onde a verdade prevalece. Naquela mesa estava Judas, o discípulo que traiu Jesus. Uma verdade estava oculta e precisava ser revelada. “Em verdade vos digo que um de vós me trairá... Então Judas, que o traía, perguntou: Acaso, sou eu Mestre? Respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste” (Mt 26.21, 25).
Judas é o retrato da desonra e da vergonha. Ele é a figura daqueles que nos beijam na face cravando o punhal nas costas. Judas é a figura que retrata a dissimulação; é a manifestação infame da aleivosia que expressa o caráter dos pérfidos. Ele é o retrato do falso irmão que nunca age face a face, mas sempre às escondidas, por trás dos bastidores. Sua especialidade é o disfarce, sua obra característica é a ruina de quem  obstrui a concretização de suas ambições pessoais. Judas é a figura dos que conseguem enganar os homens, mas não conseguem enganar a Deus. Ele é a figura dos que desonram a Deus e envergonham o evangelho. Na mesa de Jesus, Judas é desmascarado, porque a mesa de Jesus é o lugar da verdade.

Em segundo lugar, a mesa de Jesus é o lugar do encontro entre Deus e os pecadores eleitos. A mesa de Jesus foi o lugar onde Deus e os seus escolhidos sentaram-se face a face e brindaram a celebração de uma aliança eterna, por meio da qual a união entre ambos foi selada com o sangue precioso de Jesus, que seria derramado na cruz. Naquela mesa, o Deus Unigênito, empunhando um cálice com vinho, convidou: “Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados” (Mt 26.27-28). “Em favor de muitos” – disse Jesus – não de todos os pecadores. Embora seu sacrifício tenha sido suficiente para todos, mas é eficaz somente para os eleitos. Cristo veio ao mundo para morrer em favor daqueles que o Pai lhe deu. Estava selado o pacto da salvação e a união eterna entre Deus e aqueles que, em Cristo, foram designados para a vida eterna, para contemplarem a glória que Jesus teve com o Pai, antes que o mundo existisse (Jo 17.9, 11, 24).
Uma vez que o sangue foi derramado para a purificação de pecadores, santidade é o requisito exigido daquele que senta à mesa com Jesus. “De modo que qualquer que comer do pão, ou beber do cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice. Porque quem come e bebe, come e bebe para sua própria condenação, se não discernir o corpo do Senhor” (1Co 11.28-29). Portanto, purifique-se antes de sentar-se à mesa com Jesus

Em terceiro lugar, a mesa de Jesus é o lugar da recordação. “Fazei isto em memória de mim” (Lc 22.19). A mesa de Jesus é o lugar que nos traz a lembrança que Deus não se esqueceu de nós e que jamais devemos nos esquecer do que ele fez por nós: o pacto da salvação, a aliança eterna, firmada por Deus pela mediação de Jesus. A mesa de Jesus é o lugar onde a promessa de Deus é ratificada e cumprida. Isto jamais deve ser esquecido.
É inevitável que lembranças do nosso passado sejam esquecidas no futuro. Mas, por favor, preserve em sua memória a lembrança deste pacto cada vez que você, junto com outros irmãos, sentar-se à mesa com Jesus. Em memória dele, perpetuemos esta lembrança, até que ele volte para reunir-se conosco e permanecermos com ele, juntos para sempre.

Em quarto lugar, a mesa de Jesus é o lugar da promessa. Após o brinde com seus discípulos, Jesus fez uma solene promessa: “E digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber, novo, convosco no reino de meu Pai” (Mt 26.29).
A mesa de Jesus é o lugar que nos faz lembrar da promessa que ele mesmo fez solenemente para alimentar a nossa esperança: “... até aquele dia em que hei de beber, novo, convosco no reino de meu Pai”. Um dia porvir, nós estaremos com ele em sua própria casa. Então, como convidados de honra, haveremos de sentar-nos com ele à mesa, a mesa da comunhão e da hospitalidade divina. Haveremos de brindar a vitória conquistada com o sacrifício de sua vida pelo qual fomos reconciliados com nosso Criador. Naquele dia, nós, somente nós, que fomos leais a ele; mesmo que nunca o tenhamos visto, mas nele tendo crido e nele tendo esperado, haveremos de vê-lo como ele é. Não sei que surpresa ele tem para nós, mas de uma coisa estou certo: ele cumprirá sua palavra, pois por nós ele viveu e morreu.

Em quinto lugar, a mesa de Jesus é o lugar da adoração verdadeira. "E tendo cantado um hino, seguiram para o monte das oliveiras" (Mt 26.30). Hino é o cântico espiritual por meio do qual Deus é louvado pelos seus legítimos adoradores. As Escrituras estão cheias de expressões que denotam o chamado a todo homem a adorar a Deus. "Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor todas as terras. Cantai ao SENHOR, bendizei o seu nome; proclamai a sua salvação, dia após dia" (Sl 96.1-2).
Jesus estava ciente de que a comunhão com Deus é fonte de alegria que emana do coração daqueles que invocam a Deus de alma pura e entoam hinos de exaltação ao Criador, celebrando os seus grandes feitos. "Cantai ao SENHOR um cântico novo, porque ele tem feito maravilhas; a sua destra e o seu braço santo lhe alcançaram a vitória" (Sl 98.1).
Jesus estava ciente de que o culto é uma expressão de adoração verdadeira que procede de adoradores que não usam máscaras; de pessoas que manifestam integridade de caráter, isto é, de homens e mulheres de intenções corretas, de coração e lábios puros. Foi por esta razão que ele, num encontro com uma samaritana, uma mulher de moral suspeita, dirigiu-se a ela nos seguintes termos: "Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade" (Jo 4.23-24).
Convido você a vir e sentar-se à mesa com Jesus, sabendo que, para isso, você precisa ter certeza de que a mesa de Jesus é o lugar da verdade, onde as máscaras devem ser tiradas; é o lugar do encontro real e pessoal com Deus, o Supremo Legislador e Juiz de todos os homens. Nunca esqueça de que a mesa de Jesus é o lugar da recordação, onde Deus e o homem brindam a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte. Não esqueça jamais de que a mesa de Jesus é o lugar de uma promessa feita por Deus de que, um dia no porvir, estaremos reunidos com Ele na mesa de Jesus. Nunca esqueça de que naquela mesa estarão somente os santos que ele selecionou para contemplarem a glória que Jesus teve com o Pai, antes que o mundo existisse.


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