SENTADOS À MESA COM JESUS
(Mt 26.17-30)
Um dos lugares mais agradáveis que sempre buscamos
para alegria de nossas almas é a mesa. Nas mesas dos restaurantes, das
sorveterias ou da casa de um amigo, podemos desfrutar de momentos que marcam
nossa vida na companhia das pessoas que amamos. A mesa é símbolo de
hospitalidade, comunhão e aceitação. Esta é uma das razões pelas quais Jesus fez da mesa um lugar muito especial. A mesa da
cerimônia da Ceia do Senhor é o lugar para o qual Jesus nos convida para o
brinde da comunhão. À luz do texto que lemos, quero compartilhar com você o que significa
sentar-se à mesa com Jesus.
Em primeiro lugar, a mesa de Jesus é o lugar onde a verdade prevalece. Naquela mesa
estava Judas, o discípulo que traiu Jesus. Uma verdade estava oculta e precisava ser revelada. “Em verdade
vos digo que um de vós me trairá... Então Judas, que o traía, perguntou: Acaso,
sou eu Mestre? Respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste” (Mt 26.21, 25).
Judas é o retrato da desonra e da vergonha. Ele é a
figura daqueles que nos beijam na face cravando o punhal nas costas. Judas é a
figura que retrata a dissimulação; é a manifestação infame da aleivosia
que expressa o caráter dos
pérfidos. Ele é o retrato do
falso irmão que nunca age face a face, mas sempre às escondidas, por trás dos
bastidores. Sua especialidade é o disfarce, sua obra característica é a ruina
de quem obstrui a concretização de suas
ambições pessoais. Judas é a figura
dos que conseguem enganar os homens, mas não conseguem enganar a Deus. Ele é a
figura dos que desonram a Deus e envergonham o evangelho. Na mesa de Jesus,
Judas é desmascarado, porque a mesa de Jesus é o lugar da verdade.
Em segundo lugar, a mesa de Jesus
é o lugar do encontro
entre Deus e os pecadores eleitos. A mesa de Jesus foi o lugar onde Deus e os seus
escolhidos sentaram-se face a
face
e brindaram a celebração de uma aliança eterna, por meio da qual a união entre
ambos foi selada com o sangue
precioso
de Jesus, que seria derramado na cruz. Naquela
mesa, o Deus Unigênito, empunhando um cálice com vinho, convidou: “Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o
sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados”
(Mt 26.27-28). “Em favor de
muitos” – disse Jesus – não de todos os pecadores. Embora seu sacrifício tenha
sido suficiente para todos, mas é eficaz somente para os eleitos. Cristo veio
ao mundo para morrer em favor daqueles que o Pai lhe deu. Estava selado o pacto da salvação e a união eterna entre Deus e aqueles
que, em Cristo, foram designados para a vida eterna, para contemplarem a glória
que Jesus teve com o Pai, antes que o mundo existisse (Jo 17.9, 11, 24).
Uma vez
que o sangue foi derramado para a purificação de pecadores, santidade é o
requisito exigido daquele que senta à mesa com Jesus. “De modo que qualquer que comer do pão, ou beber do cálice do Senhor
indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o
homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice. Porque quem come e
bebe, come e bebe para sua própria condenação, se não discernir o corpo do
Senhor” (1Co 11.28-29). Portanto, purifique-se antes de sentar-se à mesa
com Jesus
Em terceiro lugar, a mesa de Jesus é o lugar da recordação. “Fazei isto em memória de mim” (Lc 22.19).
A mesa de Jesus é o lugar que nos traz a lembrança que Deus não se esqueceu de nós e que jamais devemos
nos esquecer do que ele fez por nós: o pacto da salvação, a aliança eterna, firmada
por Deus pela mediação de Jesus. A mesa
de Jesus é o lugar onde a
promessa de Deus é ratificada e cumprida. Isto jamais deve ser esquecido.
É
inevitável que lembranças do nosso passado sejam esquecidas no futuro. Mas, por
favor, preserve em sua memória a lembrança deste pacto cada vez que você, junto
com outros irmãos, sentar-se à mesa com Jesus. Em memória dele, perpetuemos esta lembrança, até que
ele volte para reunir-se conosco e permanecermos com ele, juntos para sempre.
Em quarto lugar, a mesa de Jesus é o lugar da
promessa. Após o brinde com
seus discípulos, Jesus fez uma solene promessa: “E digo-vos que, desta hora
em diante, não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de
beber, novo, convosco no reino de meu Pai” (Mt 26.29).
A mesa de Jesus é o lugar que nos faz lembrar da promessa que ele mesmo fez solenemente para alimentar a nossa esperança: “... até aquele
dia em que hei de beber, novo, convosco no reino de meu Pai”. Um dia porvir, nós estaremos com ele em sua própria casa. Então, como convidados
de honra, haveremos de sentar-nos com ele à mesa, a mesa da comunhão e da
hospitalidade divina. Haveremos de brindar a vitória conquistada com o
sacrifício de sua vida pelo qual fomos reconciliados com nosso Criador. Naquele
dia, nós, somente nós, que fomos leais a ele; mesmo que nunca o tenhamos visto, mas nele tendo crido e nele tendo esperado, haveremos de vê-lo como ele é. Não sei que surpresa
ele tem para nós, mas de uma coisa estou certo: ele cumprirá sua palavra, pois por nós
ele viveu e morreu.
Em quinto lugar, a mesa
de Jesus é o lugar da adoração verdadeira. "E tendo cantado um hino, seguiram para o monte das
oliveiras" (Mt 26.30). Hino é o
cântico espiritual por meio do qual Deus é louvado pelos seus legítimos
adoradores. As Escrituras estão
cheias de expressões que denotam o chamado a todo homem a adorar a Deus. "Cantai
ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor todas as terras. Cantai ao SENHOR,
bendizei o seu nome; proclamai a sua salvação, dia após dia" (Sl
96.1-2).
Jesus estava ciente de que a comunhão com Deus é
fonte de alegria que emana do coração daqueles que invocam a Deus de alma pura e entoam hinos de exaltação ao
Criador, celebrando os seus grandes feitos. "Cantai ao SENHOR um cântico
novo, porque ele tem feito maravilhas; a sua destra e o seu braço santo lhe
alcançaram a vitória" (Sl 98.1).
Jesus estava ciente de que o culto é uma expressão de
adoração verdadeira que procede de adoradores que não usam máscaras; de pessoas
que manifestam integridade de caráter, isto é, de homens e mulheres de
intenções corretas, de coração e lábios puros. Foi por esta razão que ele, num encontro com uma samaritana, uma mulher de moral suspeita, dirigiu-se a ela nos seguintes
termos: "Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores
adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura
para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o
adorem em espírito e em verdade" (Jo 4.23-24).
Convido
você a vir e sentar-se à mesa com Jesus, sabendo que, para isso, você precisa
ter certeza de que a mesa de Jesus é o lugar da verdade, onde as máscaras devem
ser tiradas; é o lugar do encontro real e pessoal com Deus, o Supremo
Legislador e Juiz de todos os homens. Nunca esqueça de que a mesa de Jesus é o
lugar da recordação, onde Deus e o homem brindam a vitória de Cristo sobre o
pecado e a morte. Não esqueça jamais de que a mesa de Jesus é o lugar de uma
promessa feita por Deus de que, um dia no porvir, estaremos reunidos com Ele na
mesa de Jesus. Nunca esqueça de que naquela mesa estarão somente os santos que
ele selecionou para contemplarem a glória que Jesus teve com o Pai, antes que o
mundo existisse.
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