Introdução
No estudo anterior – A NATUREZA MISSIONÁRIA DA IGREJA (1ª
PARTE) – abordamos os dois primeiros tópicos que foram: 1) A eleição e a
vocação universal da igreja; 2) A missão de Jesus como padrão para a missão da
igreja. Continuando o assunto, veremos neste estudo os dois tópicos seguintes que nos
levarão a ter uma ideia do que realmente constitui a natureza missionária da
igreja.
3. A igreja como extensão encarnacional
de Cristo (Ef 1.15-23)
Na perícope de Ef 1.22-23, especificamente no último
versículo , o apóstolo
Paulo revela que a igreja ,
como corpo ,
é a extensão encarnacional da plenitude
de Cristo . Uma vez
que a igreja
encarna a plenitude
do ser de Cristo ,
há três implicações
que decorrem deste grande
mistério .
4. A razão da
missão cristã no mundo
A razão
principal que
justifica a intervenção de Deus no mundo , antes por meio de Jesus e agora
por intermédio
da igreja , é o estado
de perdição do mundo .
O mundo está perdido espiritualmente ,
“pois todos
pecaram e destituídos estão da glória de
Deus ” (Rm 3.23). Como
resultado , o pecado
produziu a degeneração da raça
e a condenação do mundo
(Rm 1.18-32).
O mundo
está perdido socialmente ,
pois a sociedade
distanciou-se de Deus , invertendo os valores éticos ,
desrespeitando a lei divina e violando os direitos
humanos estabelecidos pelo
Soberano Legislador
do universo . Por
esta razão , “a ira de Deus
se revela do céu contra
toda impiedade
e perversão dos homens
que detêm a verdade
pela injustiça ”
(Rm 1.18).
O mundo
está perdido economicamente. Todos se curvam sob
o peso de um
sistema explorador ,
onde o acúmulo
excessivo de riquezas
por parte
de alguns produz o estado
de alienação , pobreza e miséria em que vive a maioria
da população mundial. Por esta razão ,
a exploração assolou todos os níveis
das relações econômicas e o trabalhador é a sua
maior vítima ,
como denunciou Tiago: “Eis que o salário
dos trabalhadores que
ceifaram os vossos campos
e que por
vós foi retido com fraude
está clamando; e os clamores
dos ceifeiros penetraram até aos ouvidos do Senhor dos Exércitos ” (Tg
5.4). Em sua
crítica à situação
cada vez
mais agravante
e caracterizada por uma crise socioeconômica
e política do mundo
contemporâneo , onde
a igreja se acomoda mesmo
diante do antagonismo
de valores , Padilla é de parecer que quando
a igreja se acomoda ao espírito da época para evitar o
conflito , ela “perde a dimensão
profética de sua missão
e se converte em guardiã do status quo. Torna-se sal
que perdeu seu
sabor”.[1]
Conclusão
Não pode haver missão sem que a igreja assuma aquilo que ela
realmente é em sua natureza: a extensão encarnacional de Cristo. Por outro
lado, qualquer que seja a comunidade cristã local que não estiver plenamente
ciente da razão de estar no mundo, ocupar-se-á com qualquer atividade
religiosa, deixando de ser um empreendimento divino, para tornar-se um clube
religioso. Jamais esqueçamos do propósito para o qual a igreja foi instituída
por Deus: servir como agência de salvação para o mundo.
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