15 de julho de 2014

NA ESPERANÇA DO PERDÃO



TEXTO: Sl 51.1-19

Introdução

O rei Davi foi um homem extraordinário. Era um homem sobre quem Deus fez repousar o Seu Espírito. As Escrituras o descrevem como um homem segundo o coração de Deus. Devemos a ele a autoria da maior parte dos salmos da Bíblia. Ele foi um poeta e músico apaixonado pelo louvor a Deus. Mas, lamentavelmente, houve um dia em que ele cometeu um pecado hediondo, um dos mais infames, que somente os homens mais desprezíveis atrevem-se a cometer: o rapto de uma mulher casada, Bat-Seba (em hebraico significa “filha de um juramento”), a qual, inescrupulosamente, estuprou e, para apoderar-se dela definitivamente, planejou e realizou, de forma traiçoeira, vergonhosa e covarde, a morte de Urias (seu nome, em hebraico, significa “Deus é minha luz”), esposo de Bat-Seba, um dos mais bravos e fiéis guerreiros do exército de Israel.

Esmagado pelo sentimento de culpa, Davi escreveu o Salmo 51, implorando o perdão de Deus. Isto nos leva a crer que qualquer filho de Deus está sujeito a uma queda brutal, mas, caso se arrependa verdadeiramente, pode alcançar o perdão divino. Perdão é o ato gracioso divino pelo qual Deus se recusa a executar o juízo de condenação sobre um pecador arrependido. Perdão é o ato da bondade divina pelo qual Deus, somente por sua infinita misericórdia, poupa o mais miserável de todos os pecadores de sua justa condenação. O arrependimento é o recurso mais valioso do qual o pior dos pecadores dispõe para alcançar o perdão de Deus. Quando em nós se manifesta um arrependimento legítimo, adotamos três atitudes, como segue.

        A gravidade do nosso pecado é expressa de duas formas. Em primeiro lugar, o pecado é uma atitude de agressão a Deus – “Pequei contra ti, contra ti somente...” (v. 4). Não importa o que seja, o mal que fazemos a alguém agride a santidade divina, pois todo ser humano é portador da imagem do seu Criador.
Primeira atitude: reconhecemos a gravidade do nosso pecado

Em segundo lugar, o pecado, ainda que o consideremos inofensivo, é – e sempre haverá de ser – fruto pernicioso da maldade humana – “... fiz o que é mau perante os teus olhos...” (v. 4-5). Lamentavelmente, somos pessoas más. Jesus disse: “Ninguém é bom, senão um, que é Deus” (Mc 10.18).

Segunda atitude: apelamos com ansiedade pela misericórdia de Deus
        “Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias(v. 1). Somente a misericórdia de Deus pode trazer alívio para a alma esmagada pelo sentimento de culpa. Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim(v. 3). O remorso é um peso esmagador da alma culpada que rouba a paz e atormenta a consciência. Portanto, nada além da misericórdia de Deus nos move à busca do perdão.

A misericórdia de Deus livra a alma da sentença do juízo divino – “... serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar” (v. 4). Quando somos alcançados pela graça de Deus, nosso Pai amoroso, nada além do mais profundo alívio espiritual inunda nossa alma, removendo de nós a dor da consciência. Perdão, mais do que alívio, é consolo, é refrigério para alma.

Terceira atitude: acreditamos no poder transformador de Deus.
         Enquanto o pecado corrompe o caráter, corrói a alma e esmaga a consciência, a sublime graça e o maravilhoso perdão divino têm efeito restaurador, renovando o interior do homem – Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito estável(v. 10). Mais que isso, o poder transformador divino restaura a alegria do espírito deprimido – Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que se regozijem os ossos que esmagaste (v. 8) – Restitui-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário(v. 12). Finalmente, o poder transformador de Deus nos oferece a oportunidade de uma compensação, a de servirmos a Deus com dedicação – Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e pecadores se converterão a ti (v. 13).

Conclusão
        Não nos iludamos, o pecado é produto da maldade humana que agride a santidade de Deus. Quão triste e horrível é viver com o peso esmagador de uma consciência culpada. Não importa quão graves tenham sido os nossos atos e quão destruidores os danos que eles causaram, há para todos nós a maravilhosa esperança do perdão. Nada, além do perdão divino, pode eliminar os efeitos que o pecado produz na alma humana. Somente o perdão, como ato da bondade divina, pode trazer alívio para a alma esmagada pela culpa, renovando o interior do homem e reconduzindo-o ao serviço a Deus. Arrepende-te, agora! Corre para o altar de Deus! Chora a miséria dos teus pecados e, pela mediação de Jesus, Deus enxugará dos teus olhos toda lágrima, pois ele exclamou aos arrependidos: “Bem-Aventurados os que choram, porque eles serão consolados” (Mt 5. 4).  A graça do Senhor Jesus seja contigo.



Nenhum comentário:

Postar um comentário