8 de julho de 2014

O CREDENCIAMENTO PARA O MINISTÉRIO PASTORAL


O Significado, Perfil e Atribuições do Pastor

At 20.28: "Cuidai pois de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele adquiriu com seu próprio sangue".

1Tm 3.1-7: "Fiel é esta palavra: Se alguém aspira ao episcopado, excelente obra deseja. É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, temperante, sóbrio, ordeiro, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não espancador, mas moderado, inimigo de contendas, não ganancioso; que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a sua própria casa, como cuidará da igreja de Deus?); não neófito, para que não se ensoberbeça e venha a cair na condenação do Diabo. Também é necessário que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em opróbrio, e no laço do Diabo.


Introdução
     Dentre todos os ministérios mencionados no Novo Testamento, o ministério pastoral, também denominado de EPISCOPADO, é reconhecido como o de maior destaque. Não é em vão que a Escritura diz: “se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja (1Tm 3.1). Episcopado é o termo (do grego epíscopos = supervisor) usado para designar o ministério pastoral.
         A importância deste ministério é tal que ele é descrito pelo apóstolo Paulo como sendo uma “excelente obra”. De acordo com os textos bíblicos acima, o exercício do episcopado fundamenta-se em três pilares: vocação, qualificação e eleição. Portanto, vejamos o que a Palavra de Deus tem a nos dizer sobre estes três fundamentos.

1. A Vocação do Pastor
       Vocação é o chamamento divino que uma pessoa recebe de Deus para exercer uma incumbência. Quando isso acontece, o Espírito Santo habilita a pessoa vocacionada com os dons necessários para o exercício do seu ministério. De acordo com Efésios 4.11-12, o ministério pastoral enquadra-se entre os de maior destaque: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres. A escolha destes ministros é incumbência de Cristo – “Ele mesmo concedeu” (Ef 4.11). A responsabilidade maior do pastor consiste “no aperfeiçoamento dos santos”, isto é, na capacitação dos santos para o serviço a Deus.
       O vocacionado é sempre uma pessoa que deseja ardentemente fazer a vontade divinaA realização da obra de Deus não ocorre sem que primeiro a vontade de realiza-la tenha vindo do próprio Deus, porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13). A força motivadora do ministro de Cristo é a vontade soberana de Deus e a prova de sua vocação é a obediência.

2. A Pessoa do Pastor
    O ministério pastoral é incumbência que Deus designou somente a homens. O Novo Testamento normatiza de forma explícita que o ministério pastoral é tarefa exclusiva para homens vocacionados por Deus. Vejamos o que diz o Novo Testamento:
a) O episcopado é tarefa exclusiva de um “presbítero” (ancião, homem maduro). Em 1Tm 3.2, o termo grego “epíscopos”, traduzido como “bispo”, é do gênero masculino.
b) O critério que define que alguém está qualificado para governar a igreja de Deus é que “governe bem a sua casa” (1Tm 3.4).
c) Deus estabeleceu na família e na igreja níveis de hierarquia, não de gêneros ou de pessoas, mas de funções e de papéis. Uma vez que o governo de uma casa (família) foi entregue por Deus ao homem, o bispo deve ser “esposo de uma só mulher” (1Tm 3.2; Tt 1.5-6).
d) A Escritura, em 1T 2.12, proíbe que a mulher exerça autoridade sobre o homem (marido).

3. As Qualificações do Pastor (1Tm 3.2-7)
a) No que se refere ao caráter, santidade é o atributo por excelência que o ministro de Deus deve manifestar. Ele há de ser sempre um homem “irrepreensível” (v. 2).
b) Uma vez que o episcopado é uma excelente obra não só pelo seu principal objetivo, o aperfeiçoamento dos santos, Deus determina que o padrão da excelência seja requisito indispensável para o exercício do ministério pastoral. Para tanto, o bispo deve er “apto para ensinar” (v. 2).
c) O pastor deve ser alguém de conduta ilibada, isto é, que “tenha bom testemunho dos de fora” (v. 7). Ele deve ser uma pessoa da qual ninguém tenha de que o acusar. Seu caráter santo manifesta-se em suas atitudes no trato com as pessoas: discreção, temperança, hospitalidade, mansidão, etc. (v. 2-3).
d) Com referência ao seu grau de maturidade, é exigido que ele seja casado e governe bem a sua casa (v. 2). O homem que não tem maturidade suficiente para assumir o comando de sua família, jamais poderá exercer autoridade para liderar uma instituição; não está apto para presidir a igreja de Deus.
e) O pastor precisa dar o exemplo como chefe de família, “criando os filhos sob disciplina, com todo respeito” (v. 5).
f) Uma vez que as atribuições do pastor fazem dele um educador, o candidato ao ministério pastoral precisa ser “apto para ensinar” (v. 2), o que só uma pessoa madura pode fazer.

4. As Atribuições do Pastor
           O termo usado por Jesus para designar o “bom pastor” (Jo 10.11, 14), é o mesmo que identifica a pessoa que cuida de um rebanho. Assim sendo, em sentido figurado, o bispo de uma igreja é um ministro cujas atribuições são as mesmas que qualquer pastor exerce em relação a seu rebanho: guiar, alimentar, proteger e curar.
b) De acordo com At 20.28, o encargo que os bispos (pastores) receberam do Espírito Santo foi o de “apascentarem” a igreja de Deus. Portanto, as atribuições dos bispos da igreja são as mesmas que têm os pastores de rebanhos de ovinos e caprinos.
c) Orientar espiritualmente a igreja. Na igreja, esta tarefa corresponde à de conduzir o povo de Deus no exercício da missão, visando cumprir os desígnios divinos.
d) Alimentar o povo de Deus. Ele é o provedor de suprimentos para o povo de Deus e as Escrituras são sua única fonte de alimento espiritual. “Nem só pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4.4). A palavra de Deus “é viva e eficaz” (Hb 4.12) e, exatamente por esta razão, Paulo recomendou a Timóteo: “prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina” (2T 4.2).
e) Proteger a igreja. Os destruidores do rebanho de Cristo são denominados pelas Escrituras como “obreiros fraudulentos” (2Co 11.13), “falsos profetas” (Mt 7.15), “falsos mestres” que disseminam heresias cujos resultados são a apostasia (o desvio da fé), a divisão e a destruição da igreja (2Pe 2.1).
f) Cuidar dos enfermos espirituais. A igreja é o lugar onde estão abrigados os pecadores que do mundo vieram, trazendo consigo as sequelas dos pecados nos quais viveram. Outros são vítimas de frustrações, violência, traições, desilusões, etc. São almas angustiadas que, às vezes, chegam ao desespero. Elas precisam de cuidados e o pastor é instrumento usado por Deus para prover a cura.

Conclusão
       Pastor ou bispo é um ministro vocacionado por Deus para a execução de uma obra cujo padrão é o da excelência. A eleição e ordenação de um pastor devem seguir rigorosos critérios. Suas qualificações haverão de manifestar sua integridade de caráter, sua maturidade e sua aptidão para apascentar, guiar, alimentar, proteger e curar o rebanho de Cristo.





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