14 de dezembro de 2018

A VERDADEIRA IMAGEM DE UM HOMEM DE DEUS

"Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel".

(1Co 4.1-2)



INTRODUÇÃO
 
       Tenho duas questões, uma que me inquieta e outra que me assusta. A que me inquieta é a seguinte: Que espécie de ministros as igrejas estão produzindo? A que me assusta é: Que espécie de igrejas esses ministros irão produzir? Acredito que o tipo de igrejas que os ministros produzem depende do tipo de ministros produzidos pelas igrejas. 
        A razão de minha inquietação consiste no fato de que, no contexto atual em que vivemos, a corrupção e o mercantilismo religioso têm sido responsáveis pela perda da idoneidade dos ministros eclesiásticos que viola a sacralidade da igreja. Urge, portanto, que as igrejas primem pelos princípios e valores éticos do reino de Deus para resgatar a credibilidade no ministério pastoral.
       Qual a imagem que o mundo deve ter de um ministro de Deus? Podem os pastores se envolverem com os negócios humanos, com as coisas deste mundo? Biblicamente falando, pastores são homens selecionados pessoalmente por nosso Senhor Jesus Cristo, o único que, por mérito, ostenta a soberania sobre o universo e a igreja. 
       No texto que lemos, o apóstolo Paulo nos traz uma concepção correta do que devem ser os pastores. Segundo ele, os ministros da igreja são escravos de Cristo que gerenciam a obra de Deus. No texto que lemos, a imagem de um homem de Deus é descrita pelo apóstolo Paulo através de duas figuras alegóricas:

1. ESCRAVOS DE CRISTO (NÃO DA IGREJA).

        O termo grego traduzido neste versículo bíblico como escravo é hyperétes. Literalmente, significa "escravo da mais baixa categoria". Os hyperétes eram a categoria de escravos designados para o trabalho forçado como remadores das galeras romanas. No Novo Testamento, esta é a única vez que Paulo usa tal palavra.

1.1. Têm Cristo como Senhor e a igreja como campo de trabalho.

  • A igreja é a lavoura de Deus cultivada pelos escravos de Cristo (1Co 3.5-9).
  • A igreja é o edifício de Deus onde os escravos de Cristo são operários da construção (1Co 3.9-10).
1.2. Destituídos de quaisquer méritos ou direitos
  • Escravo só tem um direito: o de obedecer (Lc 17.7-10).
  • Escravo só tem um privilégio: o de produzir (Jo 15.16).
  • Escravo só tem um mérito: o de ser julgado (1Co 3.13-15; 1Co 4.3-4).

2. GERENTES DOS MISTÉRIOS DE DEUS (NÃO DOS HOMENS)

2.1. Eles conhecem os segredos de Deus
       (Am 3.7; Mt 13.11; At 20.26-27).

2.2. Eles se aprofundam no conhecimento do ser de Deus 
        (1Co 2.6-12).

2.3. Eles tratam das coisas de Deus e não dos negócios dos homens   
        (2Tm 2.4; Gl 1.10).

       Não fomos chamados por Deus para a glória de homens; tampouco, formos chamados por homens para a glória de Deus. Portanto, a glória do nosso ministério não consiste naquilo que fazemos com a participação de Deus, mas naquilo que Deus faz com a nossa participação.


CONCLUSÃO

       Amados irmãos, o mundo dos pecadores foi o campo do apostolado de Jesus, o Filho de Deus nosso salvador; e ele fez do coração de cada pecador o campo da lavoura de Deus. O cultivo de uma vida humana é uma obra exclusiva da competência divina; e, para executá-la, Deus usa homens cujo caráter é forjado por Jesus, através do Espírito Santo. 
     O homem usa máquinas; Deus usa homens. Portanto, são dignos de exercerem o episcopado na igreja somente aqueles que são achados fiéis, trabalhando como escravos de Cristo no gerenciamento dos mistérios de Deus. Portanto, pastor, seja um ministro de Cristo e despenseiro dos mistérios de Deus. Amém.

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